"Uma das melhores porque já passei aconteceu na Praia do Barril, próximo de Tavira. Estávamos de férias com os pais dele, uma cena respeitável, portanto. Eram para aí três da tarde e, enquanto a minha sogra se entretinha a passar os olhos por uma daquelas revistas que ela comprava para o estilo, a poucos metros de nós, na areia, nós, dentro de água, começávamos a ficar entusiasmados. Foi um namoro um bocado infantil, apesar dos seus contornos de seriedade, sempre brincámos muito. Estávamos a saltar as ondas, com água pelos ombros, e eu resolvi pendurar-me nele. Ele ficou um bocado atrapalhado, riu, mas alinhou. Não foi fantástico, porque dentro de água perde-se alguma sensibilidade, mas foi muito engraçado."
Cristina, 26 anos, segurança
"Estávamos em S. Pedro do Sul rodeados de um verde fantástico. Acordávamos com o canto dos pássaros e a água do Vouga a cair pelas barreiras artificiais que puseram ao longo do rio. Um dia resolvemos ir explorar a mata. Encontrámos uma linha de comboio desactivada, uma ponte enorme e muito bonita, andámos, andámos… A dada altura sentámo-nos um pouco, a sentir aquele cheiro bom da natureza, a gozar aquele silêncio. Só se ouvia a nossa respiração e os sons originados pelos poucos movimentos que fazíamos: uma festa no rosto, as mãos a entrelaçar, a tensão a subir. Acabámos por fazer amor, em completa comunhão com a floresta, na certeza de que ninguém apareceria para nos incomodar."
Vera, 32 anos, profissional de seguros
"Tínhamos ido passar um fim-de-semana fora, na Foz do Arelho. Tudo estava normal, aliás, o ambiente nem era dos mais quentes. A dada altura fomos passear até à Nazaré e descemos a falésia, para uma praia semi-deserta. Não, nada de entusiasmos, ali não aconteceu nada. Na verdade, eu tinha muita vontade, mas ele nem por isso. Entretanto saímos da praia e, quando nos dirigíamos de novo à civilização, parámos no pinhal. A cama, feita de agulhas de pinheiro, era um bocado incómoda. Parecia ser tudo mau. Mas a forma como fizemos sexo foi espectacular! Acho que o facto de me ter penetrado por trás, com aquelas agulhas a picarem-me os joelhos e as palmas da mãos, mexeu com o meu wild side!"
Fernanda, 28 anos, designer
"Na véspera da operação do meu namorado fiquei como acompanhante, no quarto dele. À noite, depois das enfermeiras se irem deitar, ele veio ter comigo à cama. Primeiro achei uma loucura mas depois revelou-se bastante emocionante. Ficou na história do nosso namoro como um episódio muito engraçado. Foi uma coisa discreta e sem grandes movimentos, devido às circunstâncias."
Carla, 30 anos, bibliotecária
"Já não tínhamos nada um com o outro quando tudo aconteceu. Ou tínhamos? Bem, não interessa. O que interessa é que, entretanto, eu até já andava com outro que parecia revelar-se um verdadeiro campeão do sexo! Mesmo assim, houve uma noite em que fui visitar o meu fantasma de estimação. Tudo aconteceu num quartel, onde ele trabalhava, portanto. O extraordinário foi o facto de ter sido inesperado. Nunca pensei que o fizesse ali, ou que mais alguma vez o fizesse. Inadvertidamente contei-lhe a minha última aventura sexual, com o meu mais recente caso, um autêntico record. Ele realmente começou a andar de um lado para o outro, como se aquele espaço fosse pequeno demais para tudo aquilo. A páginas tantas começou a beijar-me o pescoço, que é daquelas coisas que me deita logo abaixo, a mexer-me nos seios… Despimos, atrapalhadamente, algumas peças de roupa e voltámos a fazer sexo. Deixou-me a ferver, como sempre!"
Luísa, 24 anos, estudante
"A praia não é um sítio muito original, mas a situação foi. Fomos para os lados da Costa da Caparica, numa noite de Verão, com o céu estrelado. Decidimos sair do carro, não só para ver o mar, mas também porque eu passava a vida aterrorizada com a possibilidade de alguém nos atacar enquanto fazíamos amor. Havia um bar na praia e, como estava fresco, pensámos em ir para o alpendre. Mas, qual não é o nosso espanto, e sobretudo o meu susto, quando ao aproximarmo-nos cães furiosos, que pareciam ser muitos, desataram a ladrar. Fugimos dali a sete pés, mas o desejo era grande e não esperámos por voltar ao carro. Fizemos amor na passadeira de madeira da praia. Ainda me lembro da roupa que tinha vestida e de quase ter perdido o meu colar de berloques azul-bebé ao tirar, atabalhoadamente, a camisola."
Maria João, 37 anos, professora
"Há quem diga que não há vez como a primeira. No meu caso, de facto, a primeira vez foi das mais originais. Tudo aconteceu, nada mais nada menos que atrás do ginásio, no liceu. Eram por volta das seis da tarde e corríamos o risco de ser apanhados, o que daria chatice na certa. Mas naquela idade sentem-se grandes amores e o mundo parece girar à nossa volta. De tal modo que, só a meio da coisa, é que me apercebi que, além de estar a passar por um dos momentos mais marcantes da minha vida, os vizinhos dos prédios fronteiros à escola, se viessem à janela, viam-nos de certeza. Por cem anos que viva nunca esquecerei aqueles momentos."
Natália, 29 anos, fotógrafa
"O sítio mais original onde já fiz amor foi em cima da mesa do meu chefe. Já era fora de horas e aquele era o sítio mais arrumadinho e limpinho para o fazermos."
Carlos, 46 anos, vendedor
"Poderei dissertar sobre os mais variados sítios… Na despensa, em casa de uns amigos. No passadiço da praia, no muro da escola, carros e carripanas várias, capôs de carros ‘a la mode do Lugar do Morto’, armazém das garrafas dentro de uma discoteca, atrás do cortinado de veludo do Alcântara Mar e, até, em cima de um lavatório que se partiu."
Joana, 30 anos, agente imobiliária
"O sítio mais original onde já fiz amor… Talvez no meio do chão, dentro de um recinto cheio de um festival rock de Verão. Costumo levar um saco-cama para os tempos mortos entre concertos. No intervalo entre a Allanis Morrisset e o Peter Murphy sentei-me e ela sentou-se por cima, embrulhados no saco-cama. Ela tinha um macacão, uma t-shirt e umas cuecas. Rapidamente desci as minhas calças e os boxers, enquanto ela tirou o macacão e as cuecas, ficando só em t-shirt. Tocou-me, enquanto a tocava, depois sentou-se em cima de mim e abraçamo-nos. Movimentavamo-nos subtilmente, para não dar nas vistas, mas mesmo assim acho que os vizinhos, que estariam a dois metros de distância, se aperceberam, pelo menos na parte final. Foi rápido, terá durado uns cinco minutos. Ainda tinha guardanapos dos hamburgueres. Limpamo-nos, vestimo-nos e escusado será dizer que vi o Peter Murphy de outra maneira."
Luís, 31 anos, funcionário público
"Na despensa, no galinheiro, numa casa abandonada, no comboio fantasma, nos bastidores da ópera, numa fábrica de enchidos, debaixo da mesa do patrão, debaixo do patrão!"
Silvana, 34 anos, professora de aeróbica
"Foi uma grande adrenalina! Vínhamos da praia, descemos do comboio no Cais do Sodré e era suposto irmos apanhar um autocarro ao Rossio. Mas a vontade era muita, tinha que ser logo ali! Entrámos num prédio velho, que nos pareceu semi-abandonado, estava às escuras, e fomos para o primeiro andar. Já estávamos a fazer amor quando ouvimos alguém a abrir uma porta no andar de cima. Ficámos super-aflitos, mas afinal ninguém desceu e continuamos. Foi realmente emocionante, porque ainda por cima era um dia de semana e havia imensas pessoas a passar na rua."
Maria do Céu, 38 anos, médica
"Houve uma muito gira, era eu uma adolescente inconsciente! Tínhamos um grupo de amigos com quem costumávamos sair muito. Um deles tinha uma carrinha, apenas com três lugares à frente, e nós costumávamos viajar atrás. Houve um dia em que decidimos ir ao Bar do Guincho, pela marginal, e, a páginas tantas, com os balanços da carrinha, começámos a ficar com uma súbita vontade de fazer amor. E fizemos! Com tantos balanços e uma química inexplicável, foi de ir ao céu!"
Ana Rita, 27 anos, jornalista