A coisa sai com tanto sentimento que pode chocar o pai mais sensível: afinal, não os criámos com amor e carinho estes anos todos para ouvir assim um ‘odeio-te!’ só porque não o deixaram jogar mais playstation, obrigaram a calçar-se para sair de casa ou mandaram para a cama quando lhe apetecia ver o filme da meia-noite.
Segundo a psicóloga americana Jane Bluestein, do site
http://www.positiveparenting.com/, o pior que um adulto pode fazer é dizer ao ofensor como aquele ‘odeio-te!’ nos magoa e nos humilha. É inútil porque ele sabe isso perfeitamente. Todos nós já nascemos a saber a arte de magoar os outros.
Igualmente inadequado é igualmente a tentação para magoar de volta e lhe responder à letra com um ‘Ah é? E eu também te odeio!’ Afinal, é preciso que haja pelo menos um adulto em casa…
Em vez disto, perceba o que a sua criança está a tentar dizer-lhe e por que é que está tão zangada, e – mesmo que apeteça pouco – ponha-se no lugar dela e mostre-se solidária. Pode dizer qualquer coisa como ‘Eu sei que estás chateada porque não te querias deitar tão cedo, mas amanhã tens escola. No sábado podes ficar a pé até mais tarde.’
E console-se: o ‘odeio-te!’ significa pelo menos que ele se sente suficientemente seguro do seu amor para a magoar. Parece contraditório? Mas não é. Afinal, se não fizermos birras com os nossos pais, com quem as poderemos fazer?