Quais os sinais de alerta?
O investigador Daniel Cardoso dá-nos pistas: "Uma súbita vontade de não querer ou temer ir à escola, algum desconforto ou perturbação associado ao uso do PC, podem ser alguns indicadores. É muito difícil apercebermo-nos do que se está a passar, até porque muitos jovens consideram que têm de saber lidar com a situação sozinhos, embora nem sempre consigam. Ou então temem que os pais os proíbam de aceder à Internet como forma de tentar evitar aquele risco."
Como prevenir e parar abusos
"Os pais devem levar a sério este tipo de situações – o que nem sempre acontece – e tentar ajudar o jovem a descobrir respostas, auxiliá-lo a proteger-se das agressões", continua. Eis algumas dicas:
– Deixe-o tentar resolver a situação sozinho: "Não são os pais que conseguem acabar com os abusos na rede. Nestas situações, podem e devem fornecer apoio e compreensão, o mais directo possível, mas não deixa de ser uma situação em que os jovens necessitam de exercer a sua autonomia na avaliação crítica dos comportamentos que os afectam", diz Daniel Cardoso.
— Entre na rede. O investigador aconselha, ainda, os pais a "conversar com os filhos sobre os conteúdos, tentar perceber como, o quê e porque o fazem, para estimular o seu espírito crítico. Se os pais se disponibilizarem a aprender como usar as plataformas que os filhos usam, muitas vezes encontrarão filhos que têm a paciência necessária para ajudar os pais. Isto permite também aos pais e educadores entender que regras devem ou não instituir."
– Facebook, Hi5 ou Myspace e outras redes sociais não autorizam a abertura de contas a jovens menores de 14 anos e aconselha a supervisão paterna a jovens mais velhos, porém menores de idade.
– Aconselhe os seus filhos a não incluírem pormenores pessoais como morada, número de telefone, nome da escola em que anda e a não responderem a mensagens ou e-mails de gente que não conhecem.
– Haber e Glatzer aconselham os pais a criar a sua própria conta e pedir ao filho para o adicionar como amigo. Desta maneira terão acesso à página do filho, bem como a fotos e comentários.
– "Diga-lhes para nunca escreverem nada que não gostassem de ver publicado, no dia seguinte num cartaz gigante em frente à escola. Não digam nada na Rede que não dissessem pessoalmente ao avô", continuam.
– Fale-lhes da segurança das palavras-chave: não devem ser dadas a ninguém, incluindo melhores amigos ou namorados. Nada de datas de nascimentos, nomes de animais de estimação, bandas preferidas ou coisas óbvias.
– Aconselhe o seu filho a nunca responder a um bully na Internet, a não adicionar pessoas que não conhece e a ter cuidado com as fotos que publica, pois podem ser facilmente manipuláveis.
– Em quase todas as redes sociais e serviços instantâneos de mensagens é possível bloquear ‘amigos’ indesejáveis, nas definições de privacidade da página pessoal. Nas redes sociais também pode definir-se quem tem acesso a diferentes conteúdos como fotografias, perfil, notas e outras informações.
– Nas redes sociais pode reportar um comentário abusivo, bastando clicar nessa opção, ou mandar um e-mail com uma queixa para os serviços técnicos.
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E quando o agressor é o nosso filho?
Para Daniel Cardoso, antes de castigar ou tomar iniciativas, é preciso perceber os reais motivos que estão por trás da acção. "Acima de tudo, é importante compreender o que motivou a questão, perceber se o jovem tem ou não a plena consciência do que significa fazer algo online – algo que, muitas vezes, e queira-se ou não, fica lá para sempre. Deve também tentar-se identificar quais os factores envolvidos na problemática, sem nunca esquecer que uma das razões que pode levar à prática de cyberbullying pode perfeitamente ser a vitimização por bul