Para certo número de pessoas, o sexo tântrico ainda é uma filosofia desconhecida. Ao contrário do que se possa pensar, o tantra não é apenas uma terapia sexual, relacionada com massagens eróticas ou com a aprendizagem de posições sexuais estranhas. É, sim, uma ciência comportamental com origem na Índia, e que tem por base textos inspirados na relação da deusa Shakti com o seu amante, Shiva. Segundo esta filosofia, que abrange outras dimensões, como a cultura ou a moral, o sexo é muito mais do que um prazer: é um ritual sagrado (maithuna) e deve ser feito com muita calma e tempo disponível, durante, no mínimo, três horas.
Principais objetivos
Mas, afinal, qual é a finalidade do sexo tântrico? É, acima de tudo, guiar o homem e a mulher ao conhecimento da sua evolução como ser humano através do prazer. O tantra, como sendo uma derivação do ioga, está ligado a conceitos tão básicos como a disposição para uma boa saúde e alimentação, higiene, espiritualidade e, por fim, sexualidade.
Este conjunto de conceitos e de regras de boa vivência acabam no sexo, onde a realização dos elementos do casal é ilimitada. Alcançar um ponto de equilíbrio entre as energias espirituais e sexuais é o mais importante. Isto só se consegue com a partilha e entrega dos dois corpos que se fundem num só.
Satisfação feminina
Talvez devido ao egoísmo dos casais, no que toca ao sexo, existam tantos problemas conjugais. Muitas vezes, o homem só se preocupa com a obtenção do seu próprio prazer, deixando para segundo plano a realização da mulher. Depois, seguem-se as inúmeras queixas e a procura de sexo em outras fontes, ou seja, fora de casa.
Ora, um dos ensinamentos principais desta prática prende-se exatamente com a realização do desejo feminino. No sexo tântrico, a mulher tem um papel de grande importância, pois é considerada um ser quase divino em que tudo se centra nela. É curioso que, para os praticantes do tantra, a mulher deve permanecer em cima do homem, pois, segundo uma explicação filosófica, ela é considerada a deusa Shakti e o homem que a venera deve ficar por baixo a adorá-
-la. Por outro lado, os seguidores desta prática dão bastante importância a pequenos gestos que alguns homens tendem a esquecer como é o caso das carícias, dos beijos, dos olhares. Aquilo que normalmente é conhecido como preliminares.