Nada de mais caricaturado que a relação entre a sogra e a nora. E não, não é um mito: “Na nossa sociedade, existe, efectivamente, alguma tensão entre a família do marido e a mulher, especialmente entre a sogra e a nora, muitas vezes porque estas encaram a nora como alguém que vai disputar com elas o lugar de eleição no coração do filhinho, ou então, pelo contrário, tentam guiar a futura nora para se tornar a mãezinha do filho querido”, explica a psicóloga Catarina Loureiro.
As situações mais comuns: Tirando salvo raras excepções, quando se inicia uma relação, o ‘confronto’ com a família do namorado é quase inevitável. Vai ser avaliada pela família dele e, se o pai dele geralmente é mais complacente, a mãe está pronta a rapidamente chegar à conclusão de que não merece o seu rapaz. Com o casamento, a situação não melhora necessariamente. A sua sogra sabe sempre melhor do que nós aquilo de que o filho gosta – a comidinha caseira, as camisas impecavelmente passadas, até a fruta descascada ao final da refeição. Nas ocasiões de reunião familiar não faltam as críticas, mais ou menos veladas. E, no meio disto tudo, você apenas quer salvaguardar a saúde da sua cabeça e da sua relação. Os motivos: Choque de gerações? Sem dúvida, porque a mulher assumiu um papel socialmente mais activo, não estando disposta a ‘copiar’ o papel da mãe do marido, ou seja, a ser a única participante nos tradicionais trabalhos domésticos. Mas também deve contar com a sensação de ‘rapto’ afectivo – a mãe deixa de ser a única mulher na vida do filho e não consegue ‘encaixar’ a ideia.
O que pode fazer: A melhor forma de lidar com esta situação é clarificar muito bem qual o seu papel na vida do seu companheiro e da família dele, mas nunca numa maneira frontal e directa. “Aceite as dicas e sugestões dos pais do seu companheiro, mas demonstrando sempre que as decisões finais são vossas e que no vosso relacionamento ninguém mete o nariz. Tentar manter o sorriso e a cordialidade, mas, se e quando for necessário, mude a postura e clarificar muito bem as posições de cada um”, explica a psicóloga.