Condessa de Gencé, Manual de Civilidade e Etiqueta, 1895
É impressionante como uma obra escrita em finais do sec. XIX tem tanto a ensinar actualmente. É que – embora menos formalmente, pela natureza aberta das relações sociais dos nossos dias – continua a ver-se muito do descrito acima: entre mulheres desesperadas para caçar um marido,tratando cada potencial pretendente com um servilismo absurdo, raparigas dispostas às maiores abjecções para "conquistar" um homem, nem que o rapaz nunca tenha pensado em tal e familiares sem noção que tentam fazer arranjinhos ou "armar laços" com qualquer pretexto esfarrapado, a pobre Condessa, que escreveu o "Guia das Raparigas Casadoiras" muitos fanicos teria se cá viesse outra vez.
O mais curioso é que a autora – que fez a primeira tradução de "Pinóquio" de italiano para francês – recomendava às mulheres a instrução formal e a independência financeira como "remédio" para a falta de decoro e de modéstia, defendendo contra as regras do tempo que uma rapariga não devia ser educada "para casar" nem receber somente conhecimentos "superficiais e frívolos, que servirão apenas para iludir aquele que tiver a desgraça de lhes cair no laço".