… os amores de ocasião que estavam à mão (que as pessoas com um mínimo de sensibilidade evitam como a peste) as paixões demolidoras (que duram pouco) e o amor verdadeiro, que ao contrário do que se diz por aí não é algo morno, calmo, racional e chato, que dura só porque funciona. O amor verdadeiro pode, sim, começar por, ou ter, uma fase de paixão demolidora. E incluir momentos tão devastadores como um furacão. Só que também tem outras coisas; milhares de infinitos pormenores que o fazem durar…e nem sempre esses aspectos são bonitinhos e perfeitos. Um amor verdadeiro tem defeitos, desilusões, sofrimentos e problemas como qualquer relação. Mas possui uma força que o torna diferente- resulta porque, por qualquer motivo, as qualidades e defeitos dos membros do casal lá se combinam para tolerar ou superar o que seria impossível noutro relacionamento.
Aqui ficam 25 exemplos, sem nenhuma ordem especial. Sintam-se à vontade para acrescentar os vossos:
1. A forma como se conheceram foi provavelmente um pouco esquisita ou inesperada – mesmo que não tenha surgido um amor à primeira vista explosivo, olhando para trás sente que houve uma espécie de campo magnético que vos puxou um para o outro; a recordação dos vossos primeiros encontros e conversas está envolta numa atmosfera de mistério, encanto ou estranheza.
daquela forma. Por vezes não é um olhar devorador ou de adoração: é algo mais delicado, como a atenção que um artista dá à sua obra e que se traduziria por
fazer festas com os olhos – mesmo quando estão zangados.
3- Ele não tem medo de lhe gastar o nome por tudo e por nada, e você adora a forma como ele o pronuncia.
4- A voz dele é música para o seus ouvidos..mesmo que ele seja envergonhado ou desafine. Já deu por si a ouvi-lo cantarolar sem que ele perceba.
5- Nada lhe parece tão seguro nem tão forte como o ombro dele.
6- Não é preciso muito para lhe acelerar as batidas cardíacas – basta o toque mais casual quando caminham ao lado um do outro, quando ele a ampara para não tropeçar nos paralelos ou pormenores insignificantes, como as camisas dele acabadas de sair da lavandaria. Afinal, ele é o homem mais sexy à face da terra, certo? Mas ele também não precisa de grande coisa para se sentir fraco ao pé de si. São os detalhes que o encantam – a forma como você solta o cabelo, usa o bâton, ou como a sua cintura parece pequenina para o braço dele. Coisinhas.
7- Ele não sente medo de ter o coração ao pé da boca, e você adora isso. Está zangado? Verbaliza. Tem saudades ou está arrependido de uma asneira? Volta atrás. Tem ciumes? Marca território. E com o tempo, você pôs de lado a maior parte das relutâncias femininas para fazer outro tanto. Nenhum de vós é demasiado orgulhoso: primeiro porque há prioridades, segundo porque nem vale a pena. Já se sabe como as arrelias acabam e mais vale passar depressa à parte boa.
9- Nos momentos maus, chega a recear que estejam a puxar pelo pior lado um do outro, tal é a influência mútua que exercem; mas no resto do tempo, sabe que aquele cliché “ele
faz-me querer ser uma pessoa melhor” não é um lugar comum. É mesmo verdade, primeiro porque ele a faz extremamente feliz e isso lhe dá vontade de ser mais bondosa ou mais espiritual, segundo porque quer que ele se orgulhe de si e isso fá-la empenhar-se mais nos seus projectos e na sua aparência. E com ele passa-se o mesmo.
10- Dizem coisas um ao outro que não permitiriam a nenhuma outra pessoa: alcunhas que só verbalizam entre vocês, porque mais ninguém ia entender. Discussões que raiam o disfuncional mas que funcionam, passe o pleonasmo, porque…bem, são as vossas.
11- Ainda que não o admitam, seguem à risca as menores recomendações de estilo um do outro. Você diz que ele devia usar aquele modelo de casaco ou comenta que acha muito masculino uma sombra de barba? Dali a uns dias, lá está ele a usar como se tivesse sido ideia dele. Ele sente-se incomodado com aquele decote ou elogia uma determinada cor? Você fica feliz por lhe fazer a vontade. O amor elimina muitas pequenas teimosias e ceder torna-se uma uma alegria, não um sacrifício.
13- Já sobreviveram às discussões mais mirabolantes, a umas quantas separações rocambolescas…e nada disso vos assusta. Há uma segurança interior que não se sabe de onde vem, mas está lá.
14- Mesmo nos momentos mais negros, há um sentimento de pertença. Não sabem o que vai acontecer mas sabem que são incapazes de se odiar um ao outro, de serem indiferentes ou mesmo de retaliações. Isto é verdade mesmo que à frente das pessoas se refiram um ao outro como “aquela ingrata” ou “aquele palerma” (por muito respeito que haja, não mandamos nas emoções).
Num amor verdadeiro o sofrimento é sereno, há uma confiança interior (mesmo que à superfície sintam ciumes ou dúvidas) e você faz orelhas moucas aos conselhos das amigas para “sair e conhecer outras pessoas”. Se calhar não é a coisa mais saudável a fazer, mas simplesmente não existe vontade de ver mais ninguém. Ainda que estejam separados, há uma corda interior que vos liga. Pior ainda, você sente que ele vê, sabe e adivinha tudo o que lhe diz respeito. Estranho? Não, porque se trata dele.