O que é?
Este anglicismo junta as palavras ‘sex’ e’ texting’ – mandar mensagens de texto – e designa a troca de mensagens escritas, imagens ou gravações de conteúdo erótico, que envolvam nudez total ou parcial ou descrição de atos sexuais. Acontece tanto através dos telemóveis como na internet, nas redes sociais e chats. Um estudo de 2012 da Academia Norte-americana de Pediatria apurou que 15% dos adolescentes daquele país praticam sexting.
Por que é arriscado?
É muito normal que um adolescente sinta curiosidade em explorar o admirável mundo novo da sexualidade e necessidade de quebrar barreiras. Muito provavelmente, nem pensa nos riscos de perda de privacidade que este tipo de mensagens implica. Confiam no destinatário, muitas vezes um namorado ou candidato a isso, e que este vai mantê-las privadas. Mas um dos maiores riscos desta prática é a chantagem sexual, ou ‘sextortion’. O sexting pode começar de forma consentida, até o menor ser chantageado sob a ameaça de divulgação das imagens.
O bullying é outro dos perigos. Em 2008, uma adolescente norte-americana suicidou-se depois de um ex-namorado ter divulgado fotos em que aparecia nua, que ela própria tinha tirado para lhe oferecer como prova de amor.
O que fazer?
Mas há medidas aconselhadas para casos de bullying cibernético e sexting, como as que são dadas pela Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade Contra Crianças (NSPCC) e pelo Conselho para a Segurança Infantil na Internet, ambos organismos britânicos:
– Tente manter-se informada sobre as formas e fins com que os seus filhos usam telemóveis e internet – o que não significa espiá-los.
– Lembre ao seu filho que um telemóvel pode ser facilmente roubado, perdido, os amigos podem pegar nele e ver o conteúdo por brincadeira. Ou seja: o material íntimo lá guardado é muito facilmente divulgável.
– Mantenha-se alerta se notar que ele fica especialmente ansioso sempre que usa o telemóvel ou a internet.
– Encoraje-o, desde cedo, a falar consigo ou com outro adulto de confiança, sempre que se sentir desconfortável com alguma conversa, proposta ou envio de imagens.
– Aconselhe-o a guardar as provas de emails ou mensagens com conteúdos abusivos.
– Se desconfia que o seu filho está a passar por uma situação semelhante, disponibilize-se para ouvir a história calmamente e sem o julgar. Nada de frases como ‘mas onde é que tu estavas com a cabeça!’, ‘não tens juízo’ – só vão fazê-lo sentir-se culpado e não confiar em si.
– Ensine-lhes que não devem responder a mensagens abusivas nem ceder às chantagens.
– Ajude-os a mudar números de telefone, contas de email ou de redes sociais. Certifique-se que o computador não tem spyware (que rouba informações do utilizador) instalado.
– Se o caso persistir, contacte as autoridades. O Código Penal (artigo 170.º) prevê pena de prisão até um ano ou multa até 120 dias para quem praticar atos de natureza exibicionista com menores, o que pode acontecer nas imagens com nudez ou de conteúdo sexual.