Este fim de semana pude finalmente apreciar (um pouco à toa, mas pronto) o filmeOperação Valquíria sobre os heróis do 20 de Julho, que já estava na minha lista há bastante tempo. Não é tão espectacular como poderia ter sido (o Marechal “Raposa do Deserto” Rommel, o Conde von Lehndorff-Steinort e o Barão von dem Bussche nem aparecem) mas vale a pena. Gostei de ver Tom Cruise como Conde Stauffenberg; tornou o papel seu, embora ache que o verdadeiro Stauffenberg – sem desprimor – conseguia serainda mais bem parecido.
E sobretudo, captou-me a atenção a relação do Coronel com a esposa, Nina. Não só pela química, expressa em muito poucas palavras, entre Tom Cruise e a actriz que interpretava a Condessa, mas pela escolha das cenas em que o Coronel abraçava a mulher e brincava com os filhos. A forma cheia de carinho e sentido de protecção como ele a olhava – e o apoio incondicional dela, de uma confiança infinita – comoveram-me mesmo.
Em Operação Valquíria, o herói é tudo o que um homem deveria ser não só perante a sociedade, mas para a sua mulher: forte, corajoso, digno, cheio de nobreza de espírito e sentido de honra e das prioridades, um pilar. Gentil, mas uma fortaleza.
Feliz da mulher que encontra um homem assim, a sério, sério e de honra: para ela, toda as canções de amor tristes sobre encontros e desencontros deixam de fazer qualquer sentido. Nunca olha ansiosa para o telefone, ou para a porta, à espera de notícias ou manifestações de afecto “dele”, porque o tem de pedra e cal a seu lado. Ele deu-lhe a sua palavra e palavra dele vale um escrito.
As angústias e inseguranças das mulheres enganadas ou relegadas para segundo plano não lhe roçam a fímbria das vestes, pois sabe que são uma unidade, que se adoram e que se escolheram como únicos ídolos um do outro. Não necessita de cansar a mente a elaborar ardis para levar a melhor, pois os conflitos e problemas são abordados em equipa e à porta fechada: o que ele quer, quer ela e vice versa. [ler o resto]