Vá vimos várias vezes, quer em filmes, quer em séries, quer mesmo em livros, casos de amizades que acabam por ser um pouco mais que isso. São os chamados amigos com benefícios, prática que chegou mesmo a dar nome ao filme de 2011, protagonizado por Mila Kunis e Justin Timberlake.
Mas será que trazer esta ideia para fora dos ecrãs, para o nosso verdadeiro dia-a-dia, é uma boa ideia? A Health decidiu perceber e falou com a terapeuta sexual Holly Richmond, que nos trouxe uma perspetiva algo surpreendente. Parece que, para algumas pessoas, este tipo de relação resulta bem melhor que uma monógama e mais séria.
Ainda assim, como para qualquer relacionamento, a especialista refere que a comunicação é a chave, pelo que, se não nos sentirmos totalmente confortáveis a conversar com o outro – incluindo sobre sentimentos – talvez não seja a melhor ideia. “Tenho muitos clientes para os quais esta situação resultou perfeitamente, mas apenas porque eles comunicaram bem e ambos estavam na mesma página“, garante.
Primeiro, é preciso entender quais são as expetativas de cada um naquele tipo de relação. Isto porque é possível que uma das partes tenha intenção de desenvolver um relacionamento mais sério e a outra nem sequer pense nisso, pelo que é essencial colocar os pontos nos i’s.
A terapeuta aconselha também que façam muitas perguntas um ao outro antes de embarcarem na aventura: se podem estar com outras pessoas, se dizem ao outro quando estão com outras pessoas, se falam (ou não) todos os dias, se a relação é secreta ou se podem contar aos amigos, entre outras. No fundo, é importante estabelecer regras e ter diretrizes específicas – sobretudo, por exemplo, se começarem a existir sentimentos mais fortes.
E se for preciso terminar o acordo? Ora, aqui, as causas podem ser muitas – desde uma das partes ter conhecido outra pessoa, ao facto de um sentir que aquela relação já não satisfaz as próprias necessidades – e, antes de mais, terão de conversar sobre o que quer que seja que vos incomode. E é preciso pensar neste “fim” mesmo antes do início – será que seria capaz de terminar a relação, caso precisasse?
No fundo, não há uma resposta concreta para o facto de os amigos com benefícios serem uma boa ideia ou nem por isso. Cada caso é um caso, e o que pode resultar na perfeição para alguns, pode ser um pesadelo para outros. O único elo a unir este tipo de relação a outras é a comunicação: há que falar sempre que tudo está bem e, sobretudo, quando algo está a seguir um rumo algo diferente do esperado.