Muitas mulheres não conseguem ter orgasmos. Quer sofra deste “mal” ou não, com certeza conhece alguém que tenha tal dificuldade. E os fatores podem variar – desde pensamentos negativos em que questiona a sua aparência ou performance a efeitos secundários de medicamentos. De qualquer das formas, é algo frustrante e com um impacto negativo na vida sexual do casal.
Janet Brito, psicóloga clínica e terapeuta sexual, disse à Women’s Health: “As mulheres não são encorajadas a focar-se no seu próprio prazer sexual ou sequer a tê-lo. Muitas sentem vergonha e culpa quando têm prazer“. Além disso, “sentem-se constantemente pressionadas para agradar sexualmente o outro em vez de se focarem no que as faz sentir bem a elas“.
Este tipo de pensamentos, que, por sua vez, lhe causam ansiedade e stress, podem estar-lhe a roubar o máximo prazer do ato sexual. E se não for esta a causa, algumas doenças também podem dificultar o orgasmo, pelo que é sempre aconselhável que fale com um médico sobre o assunto. Mas a lista dos “fatores” tem um principal culpado: os medicamentos (nomeadamente antidepressivos ou inibidores de serotonina).
Qualquer que seja o obstáculo a impedi-la de chegar ao orgasmo, uma conversa com o médico é sempre importante. Mas até lá, confira as seguintes dicas para tornar todo o processo mais simples e natural.
1. Conheça o seu clítoris
Brito recomenda que as mulheres conheçam – quer visualmente, com um espelho, quer fisicamente, através do toque – todas as zonas da vagina, nomeando as “mais sensíveis, estimulantes, que fazem ‘cócegas’ e que são desconfortáveis“. O motivo é simples: quanto melhor conhecermos o nosso corpo e o que nos dá prazer, melhores indicações conseguiremos dar ao nosso parceiro.
2. Comece sozinha
Ian Kerner, terapeuta sexual e de relações, garante: “Podemos aprender muito sobre nós próprios durante a masturbação”. Sobretudo, se tivermos tido poucos parceiros ao longo da nossa vida sexual. “Criar um espaço seguro para percebermos qual a pressão que nos dá mais prazer ajuda a diminuir a tensão e expectativas durante o sexo. E quando há menos pressão para ‘fingir’, menos julgamento, e mais foco em identificar o que é prazeroso, as mulheres têm maior facilidade em atingir orgasmos“, acrescenta Brito.
3. Fantasiar e explorar é essencial
Há várias zonas erógenas pelo corpo. Experimente acariciar o peito, as pernas, o pescoço, de modo a perceber comose sente melhor. Pode também usar brinquedos sexuais em vez de somente as mãos. Nestes momentos, pense nas fantasias que tem, assista a pornografia, e permita sentir-se excitada.
4. Reformule as suas inibições
Pense realmente se aquilo que lhe está a passar pela cabeça, durante o ato sexual, não tem um tom depreciativo ou preocupado, causando-lhe ansiedade. Se o identificar, contrarie-o e tente relaxar ao máximo. O desejo que sente no momento deve ser superior a qualquer inibição – foque-se no que está a acontecer no momento. E caso não seja capaz de reformular os seus pensamentos sozinha, pode sempre recorrer a um terapeuta.
5. Não tenha medo de mostrar aquilo que quer
Se sentir algo fantástico durante o sexo, diga-o ao seu parceiro – quer seja verbalmente, ou através de gestos como agarrar-lhe o cabelo -, de modo a que também ele saiba como lhe dar mais prazer. Brito sugere também que questione o seu parceiro acerca das suas zonas erógenas, aproveitando a conversa para lhe falar das suas. “Enquanto algumas mulheres preferem estimulação suave do clítoris, outras preferem a penetração ou uma combinação das duas“, diz.
6. Prepare-se
Aqui, o lubrificante pode ser um grande aliado, bem como os brinquedos sexuais. No fundo, quaisquer “extras” que facilitem o ato sexual e aumentem o prazer são bem-vindos.
7. Tente relaxar
Assim que deixamos de pensar de forma obsessiva em algo, por norma, ela acontece. E o mesmo se aplica ao orgasmo. Se desfrutar da relação sexual sem estar apenas focada no facto de “ter de” chegar ao orgasmo, ser-lhe-á muito mais fácil atingi-lo.