
John Amodeo, terapeuta, explica que não basta amar para construir uma relação duradoura. O especialista diz que uma “parceria” longa envolve, além do amor, a necessidade de nos sentirmos seguros. Isto é, precisamos de segurança emocional, precisamos de nos sentir relaxados quando estamos com o outro.
Amodeo cita o psicólogo John Gottman, que afirma que o criticismo e o desprezo são os dois principais disruptores da intimidade numa relação. Este último especialista vai mais além, afirmando mesmo que o desprezo é um indício primário do divórcio. Isto porque, ao “diminuirmos” o outro através destas práticas, fazêmo-lo ativar um mecanismo de proteção que cria uma barreira incompatível com a intimidade.
Ou seja, para conseguir uma relação duradoura e baseada numa verdadeira intimidade, é preciso manter consistentes valores como o respeito, bondade e apreciação pelo outro. Só assim conseguiremos evitar que o criticismo e desprezo vençam. Mas há algo além disto que precisa de ser sempre trabalhado.
De acordo com Amodeo, o que sucede muitas vezes, quando a paixão, naturalmente, vai esmorecendo, é que assumimos que aquela não é a pessoa ideal para nós. E uma das razões que pode levar à diminuição da atração pelo outro é a perda da tal segurança emocional e conexão com a pessoa.
Quando sentimos uma diminuição da intimidade emocional, sexual ou mesmo espiritual, na relação, é tempo de refletir. Devemos olhar para nós próprios, em primeiro lugar, e perceber se estamos a contribuir, de alguma forma, para tal situação. Devemos perguntar-nos se temos ouvido o nosso parceito, se temos reagido de forma calma, se não temos levantado a voz, entre outras.
Quer seja através da nossa linguagem corporal ou verbal, há várias formas de criticarmos ou desprezarmos o outro sem nos apercebermos. E estes hábitos “subtis” vão-se acumulando e podem levar ao fim de um relacionamento. Posto isto, estabelecer uma forte segurança emocional implica que não apontemos somente o dedo, mas também que saibamos ter consciência das nossas próprias ações.