Num artigo para a Psychology Today, o psicoterapeuta Douglas LaBier dissertou acerca daquilo que dita a felicidade de uma relação. Fundamentando o texto com os resultados de um “estudo que incluiu mais de 11 mil casais“, revelou algumas descobretas interessantes (e algo inesperadas).
Afinal, porque é que algumas relações que parecem promissoras se dissolvem ao longo do tempo (e vice-versa)? Deste teorias acerca das características individuais de cada membro do casal à forma como comunicam ou resolvem confitos, muito já foi discutido acerca do tema. Agora, surgem novos dados.
De acordo com o referido estudo, o maior preditor da felicidade, intimidade romântica e conexão de uma relação é algo tão básico, mas, muitas vezes, ignorado: “o tipo de relação que o casal cria junto, ao longo do tempo“, escreve Douglas. E o que é que isto quer dizer? No fundo, trata-se do facto de a qualidade da relação construída transcender características pessoais.
O estudo, da Canada’s Western University, “sugere que a pessoa que escolhemos não é, nem de perto, tão importante quanto a relação que construímos“, afirma a autora Samantha Joel. “A dinâmica que constróis com alguém – as normas partilhadas, as piadas privadas, as experiências partilhadas – é muito mais do que as pessoas individuais que fazem parte da relação“, diz.
O estudo identificou alguns traços gerais das relações felizes:
- sentimento mútuo de compromisso e resposta às necessidades (“sei que ele/ela está lá para mim)
- nível mútuo de satisfação com a vida sexual
- sentimento de que o outro está satisfeito com a relação; baixo nível de conflitos
Ora, apesar de o estudo não conseguir mostrar como é que os casais constroem esta dinâmica, pesquisas ao longo do tempo podem ajudar-nos a ter uma ideia.
- disponibilidade para renunciar a interesses pessoais e saber quando colocar as necessidades do parceiro à frente das nossas
- sentir-se apreciado e valorizado pelo parceiro
- quando, em momentos de grande stress, o parceiro se sente compreendido e ouvido – não só através de palavras, mas de gestos que demonstrem empatia
No fundo, não há nenhum “grande segredo”. Há que apenas ter consciência de que ninguém – nem mesmo nós – somos perfeitos, de que nem sempre temos razão e de que uma relação não funciona sem respeito, altruísmo, empatia e, claro, muito amor.