Já ouviu falar na palavra sororidade? Não, não tem nada a ver com as repúblicas universitárias só de mulheres que aparecem nos filmes norte-americanos. Do latim soror, que significa irmã, esta palavra, muito conhecida e citada pelo movimento feminista, faz referência à união entre as mulheres.
Mas o conceito vai além, abrangendo também a empatia e solidariedade feminina. Isso inclui deixar de incitar a rivalidade entre o género. A autora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie entrou em detalhes sobre esta questão na palestra Todos devemos ser feministas, do TEDx.
“Nós criamos as meninas para se verem umas às outras como competição — não por empregos ou conquistas, o que eu acho que pode ser uma coisa boa —, mas pela atenção dos homens”.
A sororidade significa justamente o contrário e parte do princípio que, juntas, as mulheres poderiam ter mais conquistas, seja através do incentivo e apoio mútuo, ou simplesmente ao deixarem de fazer julgamentos.
“A competição, o julgamento, a rivalidade, a falta de empatia e a desconfiança são alguns dos fatores que justificam a prática da sororidade. É preciso refletir sobre esses comportamentos e promover mudanças”, afirma a psicóloga clínica Marilene Kehdi, em declarações à revista ISTOÉ. “Ter empatia, cooperar, valorizar, agregar, dar voz, ouvir, acolher, empoderar: não há limites para o que podemos realizar e representar unidas”.
A psicóloga deixou algumas dicas para colocar a sororidade em prática. Conheça-as de seguida:
- Una-se a outras mulheres com objetivos em comum, para promover mudanças sociais e reivindicar direitos. Já alcançámos muitas conquistas, mas ainda há muito para fazer e conquistar;
- Crie ou participe em grupos de apoio nas redes sociais para ajudar e orientar mulheres em situações vulneráveis;
- Valorize e dê visibilidade a outras mulheres;
- Exercite a empatia diariamente;
- Não alimente o mito de que todas as mulheres são rivais;
- Faça da sororidade uma prática diária.