A intimidade é um aspeto fundamental em qualquer relação significativa. Ela vai além da proximidade física e envolve conexões emocionais, psicológicas e espirituais entre indivíduos.
No modelo descrito num artigo científico da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, o conceito assume a forma de uma qualidade individual, que afeta a facilidade com que se partilha os próprios sentimentos (auto-revelação) e reage às necessidades dos parceiros (responsividade).
No entanto, além desses dois fatores, há um conjunto mais amplo de habilidades que formam a capacidade de um alguém para relações saudáveis. Com base na teoria do desenvolvimento do renomado psicólogo e psicanalista alemão Erik Erikson, a capacidade de experimentar a verdadeira intimidade evolui a partir de referências anteriores na vida, geralmente na casa dos vinte anos.
Enquadrado em termos de intimidade contra isolamento, esse período de crescimento é quando as pessoas adquirem uma visão mais ou menos sólida da própria identidade e deixam de ter medo de partilhá-la com um companheiro.
Os quatro C’s da intimidade
Dito isto, podemos olhar para a definição mais ampla de intimidade, incorporando esses recursos de desenvolvimento:
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Proximidade (closeness): a capacidade de revelar todas as partes da sua identidade exige que se sinta confiante o suficiente para deixar transparecer tanto o bom quanto o mau;
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Comunicação: aqueles que têm a capacidade de proximidade devem, teoricamente, estar dispostos a partilhar os seus sentimentos com os outros. No entanto, a comunicação é uma qualidade separada porque requer que um indivíduo consiga colocar esses sentimentos em palavras;
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Compromisso: a teoria de Erikson diz que um requisito fundamental para alcançar a intimidade é a capacidade de comprometer-se. No entanto, como uma qualidade individual, isto refere-se a um potencial estado de prontidão que, em determinado momento da vida, pode não ser equivalente a estar numa relação;
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Resolução construtiva de conflitos (constructive conflict resolution): a capacidade de discutir de maneira justa e não ficar na defensiva quando não se concorda com a opinião da outra pessoa.