O Whatsapp tornou-se, ao longo dos últimos anos, na principal via de comunicação, privilegiada por todas as idades e em todas as relações, sejam elas profissionais ou pessoais. Apesar da sua praticidade, esta forma de comunicar pode trazer consigo alguns problemas que facilmente afetam a auto-estima e, potencialmente, a saúde mental. Um deles é o chamado “whatsapping”, ou seja, o ato de ignorar ou demorar a responder às mensagens desta aplicação por parte da pessoa com quem tem saído ou em quem está investida emocionalmente. Esta postura pode, facilmente, levar ao ghosting.
Quando falamos de ghosting, falamos do fenómeno em que o outro simplesmente desaparece, deixa de comunicar por vontade própria, sem dar qualquer tipo de explicação, deixando a outra pessoa na expetativa, na dúvida e num lugar muito pouco simpático e bem mais sombrio. Isto porque as questões sem resposta e uma potencial culpa são inevitáveis. Contudo, o ghosting é um comportamento que revela imaturidade, falta de inteligência emocional e de responsabilidade, e incapacidade de gerir os próprios sentimentos (e os dos outros). Tende a ser perpetrado por pessoas tendencialmente narcisistas, manipuladoras e, em muitos casos, inseguras.
Contudo, deixa marcas na pessoa que se vê sem qualquer resposta e sem perceber o que realmente aconteceu. Pode causar ansiedade, culpa, momentos depressivos e pensamentos obsessivos. O ideal é que, nestas alturas, não insista com mais mensagens e possíveis chamadas. Dê espaço e tente distrair-se com outras coisas e atividades. Não se torne dependente do telefone só porque vê os dois risquinhos azuis na mensagem que acabou de enviar, mas não obteve uma resposta. Dê tempo, respeite o espaço do outro e não insista. Não oriente toda a sua energia apenas para aqui. Vai ser um desgaste emocional enorme para si, e o mais provável é que continue sem obter as respostas que precisa para avançar. Se voltar a enviar alguma mensagem, faça-o com uma comunicação assertiva e clara. Diga exatamente como se sente, mas sem qualquer tipo de ataque. A procura de um diálogo sincero é fundamental e pode abrir portas.
É possível não ficar agarrada ao que aconteceu e superar alguém que simplesmente decidiu desaparecer sem dizer nada. Para isso, abra-se a novas possibilidades e oportunidades, sem se prender ao sucedido. É fundamental perceber que o ghosting não tem nada a ver consigo, mas sim com o outro e com a forma muitas vezes imatura como encara as relações interpessoais. Não guarde mágoas nem rancores, isso só a afeta a si. Cuide de si, não tenha medo de falar do que sente e das emoções que esta situação lhe causou. Rodeie-se de quem gosta de si e a valoriza, aceite o que aconteceu e siga em frente, sem qualquer tipo de contacto com a outra pessoa. Coloque-se em primeiro lugar nestas situações e não descure o amor-próprio. Porque o seu valor não depende do que o outro decide fazer.