E nem temos que ir à trisavó: há muita coisa sobre os nossos pais que não sabemos, e muitas vezes só quando eles já cá não estão para responder é que damos por isso. E quem diz pais diz avós, tios, amigos mais velhos… Achamos que sabemos tudo sobre a nossa família, mas geralmente há um mundo de coisas que nunca ninguém nos contou. Ponha-se a jeito, chame o seu ‘entrevistado’, e prepare-se para ouvir.
Claro que, se for falar com os seus pais, provavelmente saberá responder a 90% destas perguntas. E daí, talvez não. Pronta para a descoberta?
Quem são estas pessoas na fotografia?
Peça-lhes para trazerem algumas fotografias antigas. Até pode não lhe interessar nada saber que a senhora à esquerda do senhor de chapéu era a tia Emília que fugiu aos 15 anos para casar com um alfaiate, mas nunca se sabe o que vai descobrir por entre os muitos mortos (e vivos) nas fotografias antigas.
Com que pessoa da família me pareço mais?
Sempre achou que era a cara da sua mãe com a personalidade do pai, mas de repente percebe que tem os olhos da tia Joaninha e o jeito para desenho do tio António.
Para a época, eram considerados ricos ou pobres?
Não para saber quem ficou com o anel do brasão, mas porque muitas vezes temos uma ideia totalmente errada de que tipo de família era aquela naquele meio.
Ajude-me a preencher a árvore genealógica
Se nos pusermos a fazer a árvore da família há sempre ramos que estão em branco. E por que é que havíamos de querer fazer a árvore da família, e o que é que interessa aquele tio em terceiro grau casado com a tia Anica que perdeu um olho num desastre de burro? Pois pode descobrir, por exemplo, que o seu filho mais novo tem a quem sair ruivo, ou que afinal é primo da sua melhor amiga. Se a pessoa com quem fala não for da sua família, peça-lhe que lhe conte o que sabe sobre a sua, ou que lhe conte alguma coisa que não saiba sobre a família dela.
Como é que conheceu o seu marido/mulher?
Ok, esta é daquelas histórias que está mesmo fartiiiiiinha de saber. Mesmo que já não estejam juntos, houve sempre uma história de amor entre pai e mãe. Mas experimente recuar no tempo. Os pais deles, como se conheceram? E aprovaram o namoro dos filhos, ou houve drama e romance? E os bisavós?
Que faziam nas férias? E aos fins de semana?
Havia quem nunca tirasse férias na vida, mas também se divertiam de maneiras surpreendentes…
Como eram os pais dos seus pais?
Como se davam com eles, principalmente com a mãe? Era carinhosa, contava histórias, ou nem por isso? Como foi a infância deles? Qual foi o seu brinquedo preferido?
Diga-me um segredo de família
Enfim, se é segredo e se se manteve segredo até agora, é provável que não queiram dizer coisa nenhuma. Por outro lado, às vezes as pessoas gostariam de desabafar e estão fartas de guardar segredos que lhes pesam. Mas antes de fazer as perguntas, pense bem se está preparada para ouvir as respostas.
Que acontecimentos mundiais mais o marcaram?
Há testemunhas de coisas incríveis, e não apenas do momento em que o Homem foi à lua. Que partes da história da família é que não são verdade? Vocês não se casaram mesmo apaixonados, pois não? E aquele episódio do tio Alberto a receber a medalha, também não foi bem assim, pois não? E a avó Júlia não salvou mesmo 10 pessoas de morrerem afogadas, certo?
Quais foram os melhores anos? E os piores?
Há muita coisa na vida dos nossos pais de que nunca nos apercebemos: o que foi mais difícil para eles, nem sempre é aquilo que pensamos. De que tiveram mais medo? O que foi mais duro de aguentar?
E quais foram os dias mais felizes?
Contem-me um dia feliz (o nascimento dos filhos ou dos netos não conta). Quando é que foram mesmo felizes?
De que é que tem mais orgulho?
Claro que provavelmente vão dizer ‘de ter criado filhos tão bons como tu’. Mais uma vez, isso também se sabe. Pesque mais fundo.
Conte-me qualquer coisa sobre a minha infância que eu não saiba
Há factos que nos pouparam por piedade, outros porque nunca ninguém se lembrou de nos contar…