Estas quatro mulheres são a prova de que o que não nos mata torna-nos realmente mais fortes. Cancro, desemprego, infertilidade e divórcio puxaram-nas para baixo mas elas não se deixaram afundar.

“O humor tem sido o meu grande aliado contra o cancro”
Ana, 48 anos, descobriu que tinha cancro de mama numa mamografia de rotina e submeteu-se a uma mastectomia.

“Ao princípio, o choque. O resultado da biopsia era positivo: tinha cancro de mama. A seguir, um remoinho de emoções estranhas, o medo à mistura, e uma vontade imensa de lutar. Instinto de sobrevivência? Acredito que sim. É verdade que o diagnóstico ‘favorável’ detetado numa mamografia de rotina, o tumor era pequeno, bem diferenciado e sensível ao estrogénio e progesterona alçou o estado de espírito e ajudou a ultrapassar de forma quase estoica análises e mais análises e outros exames com nomes assustadores, até à operação. Não ter de fazer rádio nem quimioterapia foi também importante. Mas tem sido o humor o grande aliado da minha condição de mastectomizada. Acreditando piamente que não adianta ter pena de mim própria, tento rir-me dos obstáculos e achar graça às situações, como comprar novos sutiãs, biquínis e T-shirts (com decotes menos ousados), ou comer sementes de linhaça ao pequeno-almoço. E, quando todos os dias o despertador do telemóvel toca à mesma hora, lembrando-me que tenho de tomar uma pastilha durante os próximos cinco anos, sinto-me sobretudo viva.”

“Perdi o emprego mas ganhei uma vida”
Teresa, 43 anos, ficou desempregada quando o projeto onde trabalhava há 10 anos chegou ao fim.


“Quando soube que o projeto iria acabar e o meu futuro próximo era ser mais um número entre os milhares de desempregados, fiquei naturalmente assustada. Ao longo de 23 anos de carreira nunca acreditei que isto me pudesse acontecer é daquelas coisas que achamos sempre que só acontecem aos outros. Mas a verdade é que só me considerei desempregada durante as primeiras duas semanas. A partir daí, fui aproveitando as oportunidades que foram surgindo e hoje sinto-me francamente melhor do que antes. O meu rendimento foi reduzido para 1/3 do que ganhava antes, mas sou mais feliz. Trabalho como freelancer e, apesar da instabilidade que esta ‘opção à força’ implica, percebi que se viver apenas um dia de cada vez, consigo sentir-me melhor que nunca. O meu trabalho é hoje mais diversificado e interessante, só tenho responsabilidade sobre o meu trabalho e não sobre uma equipa, como acontecia anteriormente, e posso gerir o meu tempo.
A minha vida é completamente diferente. Na maioria dos dias, trabalho mais do que antes, mas posso ir buscar o meu filho à escola, fazer um bolo a meio da tarde, e alimento-me melhor e tenho muito menos stress. Acho que perdi um emprego mas ganhei uma vida, ainda que tenha muito menos dinheiro para gastar.”

“A infertilidade não é o fim do mundo”
Patrícia, 40 anos, esteve mais de 10 anos à espera de uma gravidez que nunca aconteceu. Tardou, mas finalmente o filho chegou pelo meio da adoção.

“Quando, depois de muita expectativa, ansiedade e desgosto, percebemos que estávamos perante a dificuldade de ter filhos biológicos, resolvemos, ao fim de 12 anos de casados, avançar com a adoção. No dia em que recebi a notícia que o meu filho já estava à minha espera, foi para mim uma alegria que não consigo descrever. Passou-se um mês – uma eternidade – até o vermos pela primeira vez. E a emoção foi maior quando nos chamou logo por Mãe e Pai! Foram três anos desde que metemos o processo até que o trouxemos para casa. E com toda esta espera aprendemos que o tempo ajuda a superar muita coisa; só temos é que não perder a esperança, pois para quase tudo na vida existe um remédio. Não ter um filho biológico não é, nem pouco mais ou menos, o fim do mundo, pelo contrário: acolhermos uma criança que não foi gerada por nós e que ficou privada nos primeiros anos de vida, do carinho e amor dos pais torna-nos mais afetivos, sensíveis e, acima de tudo, mais completos! Hoje agradeço a Deus todos os dias pelo filho que nos deu, é o filho que sempre desejámos.”

“O divórcio não foi o fim, foi um começo”
Tatiana, 43 anos, ganhou uma nova vida quando, ao fim de nove anos de casada, o marido decidiu que queria ser feliz… com outra pessoa.

“Primeiro, o medo de não ter dinheiro suficiente para sustentar a casa, para as necessidades básicas dos filhos, de perder os amigos (os nossos amigos eram os amigos dele), o receio da solidão… Aos poucos, comecei a dar valor ao facto de ter tempo para mim, um fim de semana de 15 em 15 dias e uma noite por semana sem filhos. Comecei a ouvir música clássica e jazz, que o meu ex-marido odiava, tinha tempo para fazer uma máscara ao cabelo, ler, ir ao Facebook e fazia programas sozinha: ia ao cinema, a exposições de pintura, recitais, ao ginásio, uma série de interesses que tinha antes de me casar e que perdi em prol de um ‘bom casamento’… Isto é, anulei-me durante os nove anos em que estivemos casados e não tinha consciência disso.
Precisava urgentemente de fazer amigos novos. Participei em vários workshops para elevar a minha auto-estima e senti a necessidade de fazer amizade com outras mulheres. No final do primeiro ano, tinha mais dez amigas novas, jantávamos juntas à quarta-feira (o dia das mães divorciadas), íamos a festas, ao teatro, a mais workshops, havia sempre programa…descobri que as mulheres são mais solidárias e amigas do que a fama que nos persegue. Quando, um ano depois, o meu ex quis voltar, tinha deixado de gostar dele e não quis abdicar das minhas conquistas, tinha construído uma vida nova onde já não havia espaço para ele.”

Palavras-chave

Relacionados

Mais no portal

Mais Notícias

GNR apreende 42 quilos de meixão em ação de fiscalização rodoviária em Leiria

GNR apreende 42 quilos de meixão em ação de fiscalização rodoviária em Leiria

TVI estreia série baseada em caso que chocou o país: saiba tudo sobre “A Filha”

TVI estreia série baseada em caso que chocou o país: saiba tudo sobre “A Filha”

Famosos brilham na reabertura de loja de luxo em Cascais

Famosos brilham na reabertura de loja de luxo em Cascais

Azores Eco Rallye: elétricos ‘invadem’ as estradas de São Miguel este fim de semana

Azores Eco Rallye: elétricos ‘invadem’ as estradas de São Miguel este fim de semana

A meio caminho entre o brioche e o folhado, assim são os protagonistas da Chez Croissant

A meio caminho entre o brioche e o folhado, assim são os protagonistas da Chez Croissant

No tempo em que havia Censura

No tempo em que havia Censura

Caras conhecidas atentas a tendências

Caras conhecidas atentas a tendências

Fotógrafa Annie Leibovitz membro da   Academia Francesa das Belas Artes

Fotógrafa Annie Leibovitz membro da   Academia Francesa das Belas Artes

Ao volante do novo Volvo EX30 numa pista de gelo

Ao volante do novo Volvo EX30 numa pista de gelo

Capitão Salgueiro Maia

Capitão Salgueiro Maia

Em “Cacau”: Cacau descobre que Marco é um bandido e afasta-o do filho

Em “Cacau”: Cacau descobre que Marco é um bandido e afasta-o do filho

VISÃO Se7e: Os novos restaurantes de Lisboa e do Porto – e um museu para não esquecer

VISÃO Se7e: Os novos restaurantes de Lisboa e do Porto – e um museu para não esquecer

Os livros da VISÃO Júnior: Para comemorar a liberdade (sem censuras!)

Os livros da VISÃO Júnior: Para comemorar a liberdade (sem censuras!)

Em Peniche, abre o Museu Nacional Resistência e Liberdade - para que a memória não se apague

Em Peniche, abre o Museu Nacional Resistência e Liberdade - para que a memória não se apague

25 imagens icónicas do momento que mudou o País

25 imagens icónicas do momento que mudou o País

Os nomes estranhos das fobias ainda mais estranhas

Os nomes estranhos das fobias ainda mais estranhas

Equipe a casa no tom certo com aparelhos eficientes e sustentáveis

Equipe a casa no tom certo com aparelhos eficientes e sustentáveis

A reinvenção das imagens

A reinvenção das imagens

Os

Os "looks" de Zendaya na promoção de "Challengers", em Nova Iorque

Montenegro diz que

Montenegro diz que "foi claríssimo" sobre descida do IRS

Caras Decoração: escolhas conscientes para uma casa mais sustentável

Caras Decoração: escolhas conscientes para uma casa mais sustentável

Azores Eco Rallye: Guerrini e Prusak vencem ao ‘cair do pano’

Azores Eco Rallye: Guerrini e Prusak vencem ao ‘cair do pano’

LockBit: Ameaça informática agora faz-se passar por funcionários de empresas

LockBit: Ameaça informática agora faz-se passar por funcionários de empresas

Vida ao ar livre: guarda-sol Centra

Vida ao ar livre: guarda-sol Centra

Tempo de espera para rede de cuidados continuados aumentou em 2022

Tempo de espera para rede de cuidados continuados aumentou em 2022

Quis Saber Quem Sou: Será que

Quis Saber Quem Sou: Será que "ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?"

A lua de mel de Dânia Neto e Luís Matos Cunha

A lua de mel de Dânia Neto e Luís Matos Cunha

FC Porto: Seis perguntas essenciais e as respostas de André Villas-Boas

FC Porto: Seis perguntas essenciais e as respostas de André Villas-Boas

Vamos falar de castas?

Vamos falar de castas?

Teranóstica: O que é e como pode ser útil no combate ao cancro?

Teranóstica: O que é e como pode ser útil no combate ao cancro?

25 de Abril, 50 anos

25 de Abril, 50 anos

Regantes de Campilhas querem reforçar abastecimento de água e modernizar bloco de rega

Regantes de Campilhas querem reforçar abastecimento de água e modernizar bloco de rega

Supremo rejeita recurso da Ordem dos Enfermeiros para tentar levar juíza a julgamento

Supremo rejeita recurso da Ordem dos Enfermeiros para tentar levar juíza a julgamento

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Em “Cacau”: Tiago beija Cacau após o nascimento de Marquinho

Em “Cacau”: Tiago beija Cacau após o nascimento de Marquinho

Baga Friends lançam-se no espumante

Baga Friends lançam-se no espumante

Estivemos no Oeiras Eco-Rally ao volante de dois Peugeot (e vencemos uma etapa)

Estivemos no Oeiras Eco-Rally ao volante de dois Peugeot (e vencemos uma etapa)

Casas sim, barracas não. Quando o pai de Marcelo Rebelo de Sousa ajudou os ocupantes do Bairro do Bom Sucesso

Casas sim, barracas não. Quando o pai de Marcelo Rebelo de Sousa ajudou os ocupantes do Bairro do Bom Sucesso

De Zeca Afonso a Adriano Correia de Oliveira. O papel da música de intervenção na revolução de 1974

De Zeca Afonso a Adriano Correia de Oliveira. O papel da música de intervenção na revolução de 1974

Vista Alegre: Há 200 anos de memórias para contar

Vista Alegre: Há 200 anos de memórias para contar

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Startup finlandesa produz comida a partir do ar e energia solar

Palácio de Buckingham anuncia regresso do rei ao trabalho com uma romântica foto de Carlos III e Camilla

Palácio de Buckingham anuncia regresso do rei ao trabalho com uma romântica foto de Carlos III e Camilla

Sede da PIDE, o último bastião do Estado Novo

Sede da PIDE, o último bastião do Estado Novo

Exame Informática TV nº 859: Veja dois portáteis 'loucos' e dois carros elétricos em ação

Exame Informática TV nº 859: Veja dois portáteis 'loucos' e dois carros elétricos em ação

19 restaurantes abertos de fresco, em Lisboa e no Porto

19 restaurantes abertos de fresco, em Lisboa e no Porto

Parceria TIN/Público

A Trust in News e o Público estabeleceram uma parceria para partilha de conteúdos informativos nos respetivos sites