Foto Pexels/Cottonbro Studio

Felizmente que a vida não é um filme de terror (enfim, na maioria das vezes e para a maioria das pessoas) mas há pequenos momentos no nosso dia que ainda nos podem pôr os cabelos em pé, mesmo que por um segundo. Feliz Halloween, a propósito!

TOC TOC! Não, não é a Xana. Estamos em casa sozinhas a ver televisão, é de noite. E de repente tocam à sua porta. Pode ser um toque estridente do intercomunicador ou um discreto ‘noc’ na porta. Escusado será dizer que o noc na porta é muito mais aterrador. É espantoso como uma coisa tão pequena pode pôr os nervos em franja. Pensamos logo que é um ladrão a tentar saber se está alguém em casa. Num segundo revemos todos os filmes de reféns, especialmente o ‘Taken’, em que o Liam Neeson só se safa por uma unha negra. Geralmente é só o despassarado do sobrinho do vizinho que nunca se lembra se o tio mora no direito ou no esquerdo.

. NÃO SEI DO TELEMÓVEL. Aqueles 30 segundos em que viramos a mala do avesso porque não encontramos a carteira e o telemóvel e durante 30 segundos vemos toda a nossa vida futura passar à nossa frente (as filas para o cartão do cidadão, ‘onde raio terei metido o número do banco’, e se descobrem os códigos, ai tenho lá o cartão de crédito, e agora vou ter de gastar mais 900 euros num smartphone, eu não tenho 900 euros) ah está aqui. Uf!!! Esta tira-nos mesmo anos de vida.

. O CONCURSO Na Televisão. Pronto, esta alínea é bastante irracional. Mas imaginem que estão a ver o vosso concurso preferido. Se não veem concursos e portanto não têm como eleger um preferido, imaginem a vossa equipa de futebol. Não gostam de futebol. Bem, imaginem o vosso candidato preferido de, sei lá, patinagem artística. Ok, jogos olímpicos. Trave. E passamos ali uns miseráveis minutos enervados como se a nossa vida dependesse disso, com o coração a mil com medo que não ganhe o candidato que nós queremos, com medo que o nosso guarda-redes não defenda o penálti, com medo que a chinesa caia da trave. E nada daquilo, muito menos a chinesa, tem a ver connosco ou com a nossa vida.

. O ÚLTIMO BOLO DE ARROZ. Estão preparadas para uma maneira ainda mais estúpida de desperdiçar nervos? Então imaginem que estão numa fila num café. Na ‘montra’ dos bolos só há um bolo de arroz. Você quer aquele solitário bolo de arroz. Fez uma aula inteira de power ioga só para comer o bolo de arroz. Ou não fez nada, mas apetece-lhe na mesma. Não lhe apetece mais nada. Problema: há quatro pessoas à sua frente. De certeza que um dos marmanjos vai pedir o bolo de arroz. A fila anda. Ainda ninguém pediu o bolo de arroz. Há uma escalada de violência nos nervos. Só falta um marmanjo! (Tristemente, o último marmanjo acaba mesmo por comprar o bolo de arroz. Suspiro).

. O TELEFONEMA DA MÃE. Às 7 da manhã. Da manhã de sábado. Estamos ferradas a sonhar que ganhámos o Euromilhões e estamos nas Caraíbas com o George Clooney que ainda é solteiro (ok, é um sonho e passa-se há para aí 20 anos). De repente somos violentamente despertadas pelo telemóvel. Ainda mais rapidamente do que na altura em que achámos que perdemos a carteira (e ainda mais admirável, tendo em conta que estamos praticamente a dormir) passa-nos pela cabeça mais um filme de terror: é um polícia de trânsito a dizer que a nossa mãezinha está estendida na estrada (o que andaria ela a fazer na estrada às 7 da manhã é outra conversa), é a nossa mãezinha a dizer que foi de ambulância para o hospital (bem, pelo menos já fala).
Entretanto já atendemos. É mesmo a mãezinha: – Mãe! Passa-se alguma coisa?- Alguma coisa? Não, tens cada uma. Era só para saber se já estavas acordada.

Ainda bem que não está mortinha, mas de repente apetece-nos matá-la.

. O NÚMERO ENGANADO. ‘Mãe/pai, perdi o telemóvel, preciso urgentemente de dinheiro…’ Esta é a clássica mensagem de phishing que já enganou muitos pais precisamente porque capitalizam à conta do susto materno/paterno. Mas mesmo que não seja burla, não faltam histórias verdadeiramente de terror sobre mensagens de telemóvel recebidas por engano, incluído o clássico: ‘Manel, está tudo acabado entre nós’, o aflitivo ‘Vai tu buscar o menino à escola que eu não posso’, e o aterrador ‘ Estou a ir para aí para termos uma conversinha’. E nós, fazemos o quê? Mas mais comum é quando o telemóvel toca, nós atendemos, e do lado de lá. nada Um respirar. Um silêncio e um respirar. E ficamos ali uns segundos hipnotizadas pelo respirar. E depois desligamos e ficamos o dia inteiro a pensar naquilo e a olhar por cima do ombro para ver se estamos a ser seguidas.

. O POÇO DE AR. Para se ser rigoroso, tudo começa cá em baixo, quando o avião se prepara para levantar. Pensamos sempre na família e amigos e como é que será nunca mais ver família e amigos e sofrer uma morte horrível quando o avião cair (enfim, deve haver quem não pense nisto). Nem sabemos se é preferível ler o folheto de segurança ou nem querer saber. Quando estamos lá em cima há aquele solavanco que nos recorda que estamos lá em cima. Olhamos para a cara das hospedeiras e achamos sempre que nos estão a esconder alguma coisa (elas devem treinar aquela expressão de esfinge lá nos cursos). Aterramos. Hmmm. Este já passou.

. A MALDITA MULTIDÃO. Nós estamos de um lado, e a multidão está do outro. Escusamos de ser candidatos ao ‘The Voice’. Não temos de ser a Taylor Swift. Podemos estar simplesmente a apresentar um trabalho. Um relatório.Uma proposta. Mesmo que nem haja nada de decisivo naquilo e que a audiência até seja simpática, damos por nós a suar frio, a gaguejar, a ter vontade de voar dali para fora. É o medo da manada a correr contra nós na savana. Não há nada a fazer a não ser respirar fundo e seguir em frente.

AHHHH! UM RATO! (AH, NÃO, ESPERA, ERA UMA FOLHA)
Ok. Os mais racionais vão rir-se. À espera do Metro, olhamos para a linha do lado de lá e de certeza de certeza que há uma ratazana do outro lado à espera de nos ferrar o dente. Nas ruas antigas com muitos restaurantes, de certeza que também. E à beira rio (à beira rio há de tudo). Ao pé de esgotos e de prédios devolutos. Ok, podem rir-se. Para quem tem medo de ratos, é assustador.

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