Mãos à obra. Este foi o pensamento dominante de Maria Manuela quando decidiu aproveitar o potencial de um pequeno espaço sem condições ideais de habitabilidade. As alterações, levadas a cabo ao longo de vários meses, resultaram em ambientes acolhedores, coloridos, entre tonalidades enérgicas e neutras, onde a grande liberdade de movimentos até parece contradizer as dimensões reduzidas da área.
O sótão, fechado e desaproveitado, deixou de existir. Algumas divisórias foram extintas. O pavimento recebeu tijoleira laranja, e algumas paredes, e todo tecto, madeira.
O pé-direito, alto, propiciou a construção de um mezanino, de estrutura e revestimento de madeira. A configuração permitiu que se desenhassem duas zonas complementares: o quarto, criado na parte mais reservada, e um recanto, com acesso, por escada de caracol, à sala de estar. As partes esconsas reverteram em arrumos. Já no rés-do-chão, um pequeno espaço, junto à zona de estar, foi transformado em zona de jantar, ornamentada apenas com o essencial: uma mesa e um aparador de apoio. No quarto de visitas, que mantém ainda os tectos trabalhados, a alcatifa deu lugar a um pavimento original e de fácil aplicação: basta retirar os vestígios de cola, afagar o cimento, tratá-lo e, por fim, pintar de branco.
Pequenas ampliações atribuíram dinâmica ao espaço, para além de o tornar mais funcional. Recorrendo, essencialmente, à imaginação, Maria Manuela reaproveitou mobiliário de família, para criar recantos de leitura, e ramos de folhagens, fotografias e colares para animar as paredes altas. Com frequência reequilibra o ambiente através da cor. Por ora, o laranja e o lilás mantêm-se à entrada, em jeito de boas-vindas.