-Tenha cuidado com a publicidade: Não é tanto na questão de oferta de um cheque para a mobília, de um computador ou de um plafond para crédito pessoal por parte dos bancos em que se deve fundamentar para realizar a sua escolha: isso pode saber bem de início, mas a longo prazo – e falamos de períodos de trinta anos ou mais – pode pagar bem cara essa opção.
-Consulte diversas instituições bancárias: pode começar pelo seu banco, depois informe-se junto de outros e, se receber propostas melhor, é sempre possível usá-las como base de negociação junto do primeiro.
-Analise os custos do processo que incluem as comissões de abertura; as despesas de avaliação do imóvel; o custo com o serviço opcional de obtenção de documentos para escritura; o prémio mensal dos seguros de vida e multi-risco; a comissão pela conversão dos registos provisórios em definitivos; a comissão por eventuais amortizações parciais antecipadas ou pela eventual liquidação total antecipada do crédito; o custo de outros produtos e serviços bancários cuja subscrição lhe é pedida para ter condições mais favoráveis no Crédito Habitação.
– Escolha a taxas de juro que mais lhe convém, sendo que tem duas opções: taxas variáveis ou fixa. No primeiro caso, encontra as indexadas à Euribor, que são iguais em todas as intuições de crédito e que variam de 3 em 3, de 6 em 6 ou de 12 em 12 meses. Deste modo, as prestações mensais são recalculadas no final de cada período, sofrendo alterações, consoante os juros sobem ou descem.
No segundo caso, a taxa permanece inalterável durante o período do empréstimo. O facto da taxa fixa ser, em média, dois pontos percentuais superior às variáveis, tornam-na pouco apelativa para a maioria das pessoas. Os especialistas, porém, alertam que, dada a tendência para que as taxas variáveis continuem a subir até meados do próximo ano, poderá ser compensatório optar por uma fixa, o que lhe permite não ter de se preocupar mais com as oscilações dos juros. Mas isto implica uma boa base de negociação com o banco e só se justifica se obtiver um valor inferior a 4%.
– Discuta o spread, isto é, a margem de lucro da instituição bancária, um valor essencial na determinação da prestação mensal, dado que, por exemplo, num empréstimo de 150000 euros pode implicar uma diferença de cerca de 50 euros mensais, aquela que vai entre um spread de 1% até um de 0,45%. Dado que as taxas de juro são iguais para todos os bancos, este é o elemento que pode marcar a diferença, pelo que, quanto mais baixo for, melhor será o contrato.
O spread é determinado pelo o grau de vinculação à instituição bancária, ou seja, pelo número de produtos subscritos, que abarcam desde a conta de depósito à ordem, a domiciliação de ordenado, os seguros, o cartão de crédito e os Planos Poupança Reforma), mas também, e principalmente, pelo rendimento dos agregados familiares, que permite calcular a taxa de esforço (ou seja, a percentagem do salário correspondente às prestações a pagar pela dívida contraída) e que, regra geral, não deve ultrapassar os 35 por cento.