Foi o autismo de um dos seus filhos que levou Isabel Cottinelli Telmo a ter contacto com esta deficiência. Há 39 anos, altura em que Paulo nasceu, pouco ou nada se sabia sobre o autismo. "Notei que ele era diferente, até porque já tinha mais quatro filhos. Ele chegou aos três anos e ainda não falava. Só em Inglaterra é que o autismo dele foi diagnosticado", conta.
Desde essa altura, a arquitecta de formação tem-se desdobrado em estudos sobre o autismo e foi uma das sócias-fundadoras da APPDA – Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo, em 1971. Preside à instituição desde 1986, mas desde sempre se tem batido pela defesa dos direitos das pessoas com autismo e suas famílias, bem como pela sua integração social.
Em 2003, a APPDA deu origem à Federação Portuguesa de Autismo, espalhando-se por todo o país. "Chegamos assim a muito mais gente que precisa do nosso apoio." Nas instalações de Lisboa, além de existirem quatro apartamentos onde residem adultos autistas – sempre acompanhados por monitoras -, existe também um serviço de consulta de diagnóstico e acompanhamento, uma vasta equipa de pessoal habilitado a lidar com deficientes autistas, uma escola de ensino especial e um centro de actividades ocupacionais. Em colaboração com o Ministério da Educação, a APPDA tem ainda uma equipa de cinco técnicos que apoia crianças autistas, nas escolas de ensino regular. Mas Isabel Cottinelli Telmo tem um sonho por cumprir, que depende da disponibilidade de verbas: "Conseguir construir um lar para autistas acamados."
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