Foi criada em Beijós, freguesia de Carregal do Sal, a 4km de Cabanas de Viriato, de onde é oriundo o cônsul de Portugal em Bordéus, Aristides de Sousa Mendes. A casa abandonada onde o cônsul morara fascinava a pequena Mariana, que ali passava na carrinha que a levava à escola. Mal sabia ela que este diplomata tinha salvo, em 1940, no auge da Segunda Guerra Mundial, mais de trinta mil judeus, concedendo-lhes vistos que lhes permitiram a fuga para Portugal. Ao fazê-lo, colocou em risco a sua carreira, tendo sido demitido do cargo e ostracizado pelo regime, morrendo na mais absoluta miséria, em 1954, apesar do seu nobre e humano gesto.
Aos 13 anos, Mariana foi viver para os Estados Unidos, onde seguiu uma brilhante carreira académica – licenciou-se em Economia pela Universidade de Berkeley e fez o Mestrado na Universidade de Princeton. Regressou em 1998 a Portugal e estabeleceu contactos com a família do cônsul que residia no país e começou a trabalhar em parceira com a Fundação Sousa Mendes, como consultora voluntária, e empenhando-se na constituição do futuro museu.
Mariana preparou um dossiê sobre o museu, fazendo visitas ao espaço, orçamentando os custos, elaborando um enquadramento do projecto no programa da UNESCO para o Património para a Paz Mundial, executando um estudo preliminar de como é possível dinamizar económica e socialmente a região, além de estabelecer um calendário de execução e gestão do projecto de reabilitação e criação do museu. Porque o seu sonho é mais do que um simples museu: "Tem de ser um acto de memória, mas, acima de tudo, um ambiente de valorização da tolerância e que convide à reflexão. Temos de ensinar às crianças que o altruísmo pode ser exigido nos piores momentos."
Clique para subscrever a NEWSLETTER ACTIVA.pt!