Aos 70 anos, depois de uma vida inteira pautada por entrega pessoal, carinho e dedicação, e de ter leccionado durante 41 anos o primeiro ciclo, Zulima continua a envolver-se em acções que melhoram a vida dos mais jovens: é vice-presidente e co-fundadora da Associação de Surdos de Évora. Em 1998, em conjunto com um grupo de pais de crianças surdas e professores, decidiu meter mãos à obra para tentar resolver as dificuldades destas crianças que têm problemas de escolaridade e tendência para se isolar. Foi assim que nasceu esta associação, que conta com um gabinete de apoio à família, cursos e sessões de esclarecimento de linguagem gestual.
Sensível aos problemas dos surdos, e ela própria sofrendo de envelhecimento precoce no ouvido interno (desde os 40 anos, altura em que começou a sentir a sua audição a diminuir substancialmente), Zulima conta as suas dificuldades. "Somos uma associação que acompanha, atende e anima os surdos. Os surdos, para além de não ouvirem, também não falam, o que se torna um problema quando chega a hora de comunicar. A nossa missão é profissionalizar estas pessoas e depois integrá-las na sociedade."
A associação dispõe de uma casa, com dois técnicos, na qual dão apoio a 53 pessoas que sofrem desta doença. Para além de acções de sensibilização, a associação promove encontros entre os surdos e o acompanhamento dos problemas reais, mas simples, como o preenchimento de formulários das finanças e consultas no hospital.
