A intenção do proprietário era construir uma casa num lugar tranquilo, onde pudesse fazer agricultura e apreciar a paisagem, fatores que determinaram a escolha do local: zona rural, em Inglaterra. Proprietário, arquiteto e construtor partilhavam a admiração genuína por edifícios agrícolas, o que definiu as linhas-mestras do projeto que integra três blocos de construção convencional, detalhes marcadamente diferenciadores “e ainda uma grande surpresa”. O edifício linear, de aparente simplicidade, é dividido em três programas: casa e anexos (ambos com dois pisos) e garagem, destacada a cor vermelha e desviada do eixo principal com o objetivo de criar um pátio entre os três volumes.
A surpresa: o que parecem ser as paredes e telhado da casa, vista do exterior, são na verdade uma segunda ‘pele’ que desliza através de um eixo longitudinal, revelando uma segunda fachada. Deslizando para trás e para frente, o exterior móvel – cujo movimento resulta de motores elétricos colocados nas rodas integradas na espessura da parede – oferece uma incrível flexibilidade, mantendo a casa, que recorre a madeira, vidro, alumínio e borracha, a aparência de um edifício comum. Em termos práticos significa que, acionando o mecanismo de movimento, a casa de banho pode ficar a céu aberto; o que é um pátio exterior rapidamente se transforma em área coberta; significa ainda que basta acrescentar ‘carris’ aos existentes caso o cliente deseje, no futuro, construir uma piscina junto ao edifício que necessite de abrigo ocasional. A ‘história’ da Sliding House é sobre a capacidade de variar a composição de construção, esta tendo como mote a ideia de celeiro agrícola, de acordo com o clima, estação do ano, luz, ou até estado de espírito…
O dinamismo desta casa é um rasgo de genuína criatividade; tem a capacidade de surpreender assim que é acionado e a ‘cápsula’ de madeira, com dezenas de toneladas, como que por magia começa a deslizar, permitindo diferentes configurações, logo, diferentes vivências nos espaços.