“Antigamente alimentavam-se os cães e os gatos com restos de refeições mas, actualmente, os Médicos Veterinários contra indicam essa prática. Porquê?”
Longe vão os tempos em que os cães e gatos eram alimentados com os restos das refeições dos seus donos. Contudo, actualmente, continuamos a pensar de uma forma antropomórfica em relação aos nossos animais de companhia. Reagir de forma antropomórfica relativamente à alimentação é conhecer mal a fisiologia do seu animal e esquecer que é um carnívoro. É projectar nele os nossos desejos, o nosso modo de vida, sem ter em conta as suas diferenças biológicas.
O ser humano é omnívoro, dotado de paladar, aprecia a variedade de alimentos e dá importância ao aspecto da refeição. Como tal, é frequente pensar que se faz bem quando se dá ao animal uma alimentação semelhante à nossa. Trata-se de um erro crasso! O seu organismo está dimensionado de uma forma muito diferente do nosso: mandíbulas concebidas para cortar e não para mastigar, sem pré-digestão pela saliva e um tubo digestivo relativamente curto. Ao contrário do que se pensa, a mudança frequente e repentina de alimentos deve ser evitada, pois pode perturbar a flora intestinal do animal, que é mais frágil que a do ser humano, levando ao aparecimento de alterações gastrintestinais que podem ser graves.
O cão e o gato não são, portanto, seres humanos e por isso não é aconselhável comerem como os seus donos.
Proteínas (carne, peixe e ovo), fontes de fibras (legumes verdes), gorduras saudáveis (vegetais e animais), minerais e vitaminas devem compor a alimentação ideal.
A alimentação caseira é uma refeição preparada por si com base em ingredientes como o arroz, a carne e os legumes. Este tipo de alimentação poderá ter como inconvenientes o factor custo e, principalmente, a dificuldade de conseguir uma mistura equilibrada que contenha as proporções correctas dos vários nutrientes. Se a alimentação não suprir as necessidades do seu animal, poderão ocorrer carências nutricionais graves, nomeadamente em vitaminas.
Os alimentos preparados industrialmente são completos, equilibrados e contêm todos os nutrientes de que o seu animal necessita. A qualidade das matérias-primas e o rigor do processo de fabrico permitem a comercialização de alimentos de grande digestibilidade e elevada precisão nutricional. São alimentos económicos, que não requerem qualquer preparação adicional e são de fácil doseamento e conservam a sua qualidade por longos períodos. Têm ainda a grande vantagem de haver no mercado alimentos específicos para ajudar a prevenir e complementar o tratamento de certas doenças.
O cão e o gato são animais normalmente activos. Contudo, podem sofrer de obesidade (e das suas consequências graves: problemas cardíacos e articulares, diabetes, etc.), caso não se respeite uma alimentação em qualidade e dose adaptadas.
Passa-se o mesmo em relação a todos os pequenos prazeres que lhes oferecemos, à imagem daqueles que também nos permitimos. Um pedaço de chocolate (um prazer para nós é tóxico para o cão!), um quadrado de açúcar, um pouco de queijo, um pedaço de pão…, todos estes pequenos “extras” desequilibram rapidamente uma dieta equilibrada. Estes desequilíbrios podem acarretar transtornos intestinais e degradar pouco a pouco a saúde do animal.
Estragar o seu cão ou gato com mimos adquire assim um duplo sentido…
Opte por um alimento comercial, é a escolha mais saudável!