“O meu gato “ Man’el” de 12 anos, que sempre foi saudável e gordinho, foi diagnosticado recentemente com Diabetes. Fiquei surpreendida porque o veterinário diz que não precisa de insulina. Passa o dia todo a pedir-me comida! Tenho receio que esta doença possa diminuir muito a qualidade de vida dele. Gostava de saber um pouco mais sobre a Diabetes no gato e dicas para o poder ajudar a viver melhor.”
A Diabetes é uma doença complexa, que se manifesta através da incapacidade do organismo em realizar o controlo fisiológico dos níveis de glucose (açúcar) no sangue. Este descontrolo deve-se, sobretudo, por falta ou resistência à hormona insulina. A diabetes está associada a um conjunto de alterações genéticas e ambientais que levam ao seu aparecimento. Os gatos, tal como alguns Humanos, podem ser diabéticos insulinodependentes, não insulinodependentes – como o Man’el – ou, ainda, diabéticos transientes. A obesidade contribuiu certamente para o desenvolvimento da doença do Man’el. O excesso de peso é um factor de risco há muito reconhecido. Presumo que o Man’el seja, também, castrado e, provavelmente, tornou-se naquele gato bonacheirão que tinha comida sempre à disposição e passava o dia no sofá a apanhar sol. Mas não fique triste pois pode ajudar o seu gato bastando, para isso, que realize pequenas mudanças: uma alimentação correcta e adequada, associada à realização de exercício regular. Sim, isso mesmo, exercício! E cumprir à regra as indicações do médico-veterinário assistente.
Regras de ouro:
Cumpra todas as indicações que o médico veterinário lhe transmite e mantenha uma boa comunicaçãocom ele. Qualquer questão ou suspeita de descompensação, fale com o veterinário!
Alimentação: é muito importante que o alimento seja o adequado para o gato diabético e que as refeições tenham rotina. Como a doença se manifesta por incapacidade em regular o metabolismo dos carbohidratos (açúcares), a alimentação é essencial para ajudar a manter as concentrações de glucose constantes e a controlar o peso (perda ou ganho) revertendo, ao mesmo tempo, as complicações da doença, tais como, como afecções renais, infecções urinárias, etc.
O alimento do Man’el deve ser rico em proteína de boa qualidade, ter um baixo teor de carbohidratos de rápida absorção (que, após a refeição, elevam rapidamente os níveis de glucose) e incluir na sua composição níveis adequados de fibra insolúvel, que ajudam a reduzir a absorção de glucose no intestino. Tal como uma pessoa diabética tem cuidado com a sua alimentação, assim deve ser a do seu gato, cuidadosamente escolhida e adequada.
Quanto à frequência, esta deve deixar de ser “à vontade” e passar a ser fraccionada, fazendo varias pequenas refeições durante o dia. Alguns endocrinologistas veterinários defendem que as refeições devem ser pequenas, podendo a dose de alimento total diário ser dividida em várias porções ao longo do dia, indo de encontro ao padrão de alimentação natural dos felinos.
Exercício: estimule o Man’el a mexer-se. Arranje-lhe um brinquedo, brinque ao carrinho de mão com ele 2 vezes por dia, durante alguns minutos, aos fins-de-semana ponha-o a mexer-se, leve-o para divisões da casa longe do sofá e da cama dele, obrigando-o, assim, a fazer “pequenas” caminhadas dentro de casa.
Controlo: Peça ao seu veterinário que lhe indique a maneira mais adequada de controlar a doença do seu gato em casa. Aprenda a verificar as alterações nas tiras de urina, tomando particular atenção à presença de corpos cetónicos. Pese o Man’el regularmente e faça um gráfico para acompanhar a evolução da sua condição corporal. Registe o volume diário de água ingerido e, caso se sinta confortável, aprenda com o veterinário a medir os níveis de glicemia com uma pequena picada na orelha do Man’el.
Para concluir, não existe uma só forma de lidar com um gato diabético. Cada paciente requer a elaboração de um plano personalizado, que pode sofrer adaptações ao longo da evolução da doença.
Estas pequenas regras são fundamentais, e não se esqueça que pode contar sempre com a ajuda do médico veterinário assistente!