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Sandra Nascimento, Presidente da APSI (Presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil)
Dedica-se a uma das lutas sociais mais urgentes, lutar contra o drama das mortes infantis por acidente, 80% das quais poderiam ser perfeitamente evitáveis. Numa associação que luta pela sobrevivência, Sandra é um exemplo de perseverança.
Os acidentes são a principal causa de morte de crianças e jovens até aos 18 anos. Essa é a grande missão da APSI (Associação para a Promoção da Segurança Infantil): conseguir baixar a taxa de mortalidade e prevenir acidentes, dos quais 80% seriam evitáveis. Essa tem sido sempre a batalha de Sandra Nascimento, presidente da APSI.
Nascida nos Açores, na Ribeira Grande, herdou dos pais o gosto de ajudar desinteressadamente e o sentido de justiça. Com o seu treinador de judo e o seu chefe de escuteiros aprendeu a importância da partilha, trabalho em equipa e resistência à frustração.
O desejo de ser psicóloga trouxe-a para Lisboa, onde teve contacto com a APSI. Começou como voluntária à medida que fazia investigação na área, e tornou-se de tal maneira imprescindível que em 98 passou a integrar o quadro, deixando para trás uma carreira como psicóloga na função pública. Em 2007, assumiu a presidência da Associação.
Desde então, dedicou-se a tempo inteiro a tentar reduzir o flagelo das mortes infantis. Não é estranho que, num país onde as mães são tão superprotetoras, haja tantos acidentes? “Isso deve-se a vários fatores. Muitas vezes, temos uma noção de risco errado. Temos medos que não fazem sentido e outros dos quais não nos protegemos. É por isso que temos de perceber racionalmente de que é que temos de defender as crianças.”
A primeira causa de mortes infantis e juvenis continua a ser os acidentes rodoviários, seguidos dos acidentes em piscinas (lembram-se da campanha do ursinho?). “Mesmo assim, é difícil contabilizar o número total de vítimas. Temos os números de internamentos e de óbitos, mas quem nos conta quais as sequelas com que muitas daquelas crianças ficaram para a vida inteira? Estima-se que por cada criança que morre, seis ou sete fiquem incapacitadas para o resto da vida. Portanto, o drama é ainda maior.”
Em termos de acidentes, Portugal melhorou e estamos cada vez mais perto das médias europeias, mas continua a haver muito trabalho a fazer. No entanto, a APSI está atualmente a braços com problemas de financiamento, que já chegaram a pôr em risco a sua existência.