Porque acha que este tema tem um efeito tão forte nas mulheres? Queremos secretamente que alguém nos domine, tantos anos depois dos movimentos de libertação feminina?
Penso que gostamos da ideia de sermos dominadas nas nossas fantasias. É isso que este livro é – uma fantasia. Na vida real, acho que não é esse o caso para toda a gente. As pessoas sempre gostaram de fantasia, dos contos de fadas aos contos modernos, como o meu. Toda a gente gosta de escapar para outro mundo. Penso que é uma fantasia que muita gente gosta de realizar nas suas vidas, outros gostam de ler sobre elas. E acho que as feministas também têm fantasias.
O universo S&M já a fascinava antes de escrever esta trilogia?
Acho o mundo S&M muito sensual! E queria explorar o que aconteceria se alguém se envolvesse com uma pessoa adepta deste estilo de vida mas não soubesse nada sobre o assunto – e tivesse que tomar a decisão de participar nele ou não.
Como fez a pesquisa? Falou com praticantes, leu sobre o assunto?
Tive um diálogo por e-mail com um dominante e dois submissos. Também fiz bastante pesquisa na Internet.
Muitas mulheres que leem os seus livros confessam que começaram a ter mais e melhor sexo… Fica orgulhosa por dar prazer?
Tenho recebido e-mails de mulheres de todas as idades e de todos os estratos sociais e a maioria parece estar a desfrutar de mais sexo. Muitas delas escrevem-me a dizer que os seus maridos ou parceiros também me agradecem. Acho ótimo que as mulheres tenham mais e melhor sexo, porque isso aproxima o casal, de modo a que possam apreciar mais a companhia um do outro, e mantém as relações saudáveis e felizes.
Diz-se inspirada pela saga ‘Crepúsculo’, da Stephenie Meyers. O Christian Grey do seu livro é um vampiro emocional?
Penso sempre no Christian como um ‘virgem emocional’, um contraponto ao facto de a Ana ser fisicamente virgem.
Como era a sua rotina diária de escrita, o que a inspirava a escrever? Tinha rituais?
Tive a sorte de ter um emprego em part-time quando estava a escrever este livro. Por isso, escrevia nos dias em que não ia trabalhar. Costumava escrever de noite, já bastante tarde, e no comboio, a caminho do trabalho. Escrevia sempre que podia. Deixei de ver televisão, deixei de sair – estava um bocado obcecada. Ouvia música, normalmente a mesma, vezes e vezes sem conta, enquanto escrevia. Percebi que isso me ajudava a focar a atenção e a criar o ambiente certo para o livro. É difícil encontrar tempo para isso agora, com tantas solicitações da imprensa.
Tem dois filhos adolescentes. Diz–se que os proibiu de ler os livros, isso não lhes vai despertar mais interesse? Quais os comentários deles sobre o seu sucesso?
Os meus filhos não se interessam por leitura, o que é irónico tendo em conta que tanto o pai como a mãe são escritores. Não os proibi de ler os livros, apenas preferia que não o fizessem. Além disso, já me disseram que não querem lê-los. Estão muito orgulhosos e apoiam-me muito.
Vai ter uma palavra a dizer sobre a escolha do elenco na adaptação cinematográfica do seu livro?
Vai ser um trabalho em colaboração e ainda é muito cedo para dizer quem vai integrar o elenco.
Como reage uma mãe trabalhadora quando vê o nome na lista das 100 pessoas mais influentes da revista ‘Time’? De que maneira a sua vida mudou nos dois últimos anos?
Fiquei atordoada pela menção na revista ‘Time’. Foi um grande elogio e senti-me honrada, mas muito surpreendida. A minha vida mudou tanto que deixei de trabalhar em televisão e hoje posso viajar muito mais e ir a sítios onde nunca estive, e isso é algo que me agrada muito.
Já está a trabalhar em outro livro? O que podem esperar os fãs?
Há muitas histórias que quero contar, mas ainda me sinto assoberbada pelas reações a estes romances, por isso, a minha cabeça não está em modo de escrita, neste momento.