A ONG ambientalista Greenpeace diz ter encontrado resíduos de produtos químicos, prejudiciais à saúde, em 82 peças de roupa para criança, produzidas por marcas internacionais como a Primark, Nike, Adidas, H&M, Burberry, Puma ou American Apparel, vendidas em 25 países.
Em causa está o químico nolilfenol, encontrado em 61% das peças analisadas, que se acredita poder causar alterações hormonais no organismo humano. A responsável da campanha de tóxicos da Greenpeace Ásia oriental, Ann Lee, em declarações à agência noticiosa espanhola Efe, disse ainda que mais de 94% das peças analisadas continham ftalatos, o usados na indústria têxtil como suavizantes. A Organização Mundial de Saúde já tinha, em 2013, emitido um comunicado em alertava para os perigos dos ftalatos para a reprodução humana e capacidade de provocarem alterações hormonais.
Os artigos analisados foram comprados em lojas oficiais das marcas e, segundo a Greenpeace, são fabricados em 12 países, sendo que um terço da produção é proveniente da China.
Algumas das empresas visadas pelo estudo da Greenpeace já reagiram. Em declarações à agência Lusa, citadas pela Rádio Renascença, a porta-voz da Adidas Internacional garantiu: "Os resultados e as concentrações nomeadas satisfazem plenamente as exigências legais e, portanto, não causam riscos para a saúde." Admite ainda que esta é, no entanto, "uma oportunidade de verificar novamente os materiais por um instituto independente".
Já a H&M fez saber que roupa de criança comercializada está dentro dos limites impostos pela União Europeia estabelecidas para as substâncias químicas classificadas como tóxicas. A marca pediu uma análise laboratorial independente aos mesmos produtos e diz terem sido encontrado níveis mais baixos de nolilfenol.