Um hábito que me escapa é a mania feminina do fanico, da histeria, do chilique: uma coisa é ser delicada, outra bem diferente é ser galinha choca- sendo que algumas das mulheres mais “modernaças”, mais feministas, são as primeiras a ter faniquitos ora no sentido literal, ora esbracejando e reivindicando que nem varinas, o que é muito feio. A natureza já nos fez emocionais que chegue; se não houver temperança, racionalidade e serenidade, ninguém nos leva a sério.
Outro é o péssimo impulso competitivo das mulheres. Embirro seriamente com senhoras ou meninas que adoram competir umas com as outras. Não só isso é estúpido e as leva a fazer tristes figuras, como lhes tolda completamente o juízo. E é algo que acontece em vários campos.
Uma loja pode não ter nada de jeito, mas se põe na montra grandes cartazes a dizer “SALDOS” é ver o mulherio a correr para lá, a fazer fila e a disputar, à pancada e arrepelando-se se for preciso, umas tretas que não lhes fazem falta nenhuma – só porque é suposto irem aos saldos e é suposto estar mais barato.
Eu sou a rapariga que espera pelos últimos dias – aquilo que valia mesmo a pena e não quero deixar escapar já comprei, o que é só pela pechincha não vale o meu cabelo nem a minha dignidade.
Na carreira e no amor muitas agem exactamente da mesma maneira. O chefe pode estar a ser pouco razoável e se não houvesse outra mulher na sala certas profissionais mandavam-no passear; mas se houver outra colega, aceitam tudo só para mostrar “eu faço mais que ela” nem que não ganhem nada com isso.
E são mulheres dessas que se rebaixam a competir por playboys das dúzias.
Crónica: Há uma coisa que eu não entendo nas mulheres
Aqui esta pessoa que vos escreve é do mais feminino que há em quase tudo. Se não fosse por meia dúzia de aspectos, podia dizer-vos sem problemas que sou um estereótipo em saltos altos. Porém, sou ignorante de todo em relação a certas tonterias atribuídas ao meu próprio género.