A prevenção do suicídio e a compreensão da experiência de quem perde alguém que tirou a sua própria vida é um tema muito importante e que requer cada vez mais destaque porque afeta a qualidade de vida das pessoas que a rodeiam e da família e é tanto um problema de saúde quanto um problema social.
Não existe uma única causa para o suicídio. O comportamento suicidário ocorre quando fatores stressores excedem as estratégias de coping do individuo que sofre de uma condição de saúde mental. A depressão é a condição mais comumente associada ao suicídio e muitas vezes não é diagnosticada e tratada. Perturbações como a depressão, ansiedade e consumo de substâncias, especialmente as não resolvidas, aumentam o risco de suicídio. Mas antes da pessoa cometer o suicídio vai dando sinais de ‘alarme’ como, mudança de comportamentos (aumento de consumo de álcool ou drogas, pesquisas de como por termo à vida, agir de forma imprudente, desistir de atividades, isolar-se de familiares e de amigos, dormir pouco ou muito, visitar ou telefonar a amigos para despedir-se, oferecer bens pessoais, tornar-se agressivo), de humor (depressão, perda de interesse, raiva, irritabilidade, sentir-se humilhado, ansiedade) ou através de expressões verbais (“sou um fardo para vocês”, “sento-me sem saída”, ”tenho uma grande dor”, “não tenho razões para viver”, “quero desaparecer”).
Todavia, os fatores de risco que aumentam a probabilidade de a pessoa pôr termo à vida estão relacionados com características pessoais (sofrer de alguma perturbação mental: depressão, ansiedade, bipolar, esquizofrenia, personalidade borderline ou antissocial, comportamento disruptivo; doença crónica; consumidor de substâncias), contexto social (eventos stressantes da vida como o divórcio, perda de emprego ou a morte de um ente querido; fatores de stress prolongado, que podem incluir assédio, bullying, problemas de relacionamento e desemprego) e história de vida (tentativas de suicídio anteriores, história familiar de tentativas de suicídio).
As reações que se tem ao risco de suicídio ou ao suicídio provocam emoções muito fortes: o medo, a culpa, a raiva, a tristeza, a ansiedade, a vergonha, a saudade. E é neste sentido que, para melhorar a expetativa, qualidade de vida e a saúde geral da população, é necessário investir na compreensão e na prevenção de problemas associados a questões de ordem comportamental, emocional e psicológica que atuam como factores de risco no contexto familiar e da sociedade.
Daniel Martins
Psicólogo/Neuropsicólogo
964042005
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