Quando pensamos numa viagem sozinhas facilmente surge na nossa cabeça uma lista de desvantagens. À cabeça talvez as questões de segurança e o custo, mas até isso é relativo: o que se perde na carteira ganha-se em todos os outros aspectos: tranquilidade, alegria, bem-estar físico e emocional.
Seja qual for o motivo que nos leva a viajar, invariavelmente são muitos os ganhos e benefícios que daí advêm. Esta é uma pequena lista de razões porque viajar sozinha te tornará mais feliz, autónoma e completa. Conheces mais?
- Sais da tua zona de conforto
Sozinha ou acompanhada, vais enfrentar o desconhecido. E embora tal possa parecer assustador (e é!), os nossos neurónios vão trabalhar em conjunto para activar todas aquelas funções que no dia a dia estão esquecidas. Tornamo-nos mais práticas, objectivas e funcionais.
- Conheces-te a ti própria
Sobretudo viajando sozinha são muitos os momentos de introspecção, seja durante uma caminhada, numa manhã passada no café de uma cidade mais pacata ou durante longas horas dentro de um autocarro. Em algumas destas ocasiões, nem wi-fi terás. Aprenderás a estar nova e unicamente na companhia de ti própria, com todas as qualidades e defeitos… e a aceitares-te como és.
- Dás (e recebes!) mais aos outros
Em viagem “só” temos duas pequenas (grandes!) coisas a oferecer: o conteúdo das nossas mochilas e a nossa companhia. Por isso, as relações que se criam em viagem são tão fortes e genuínas: não esperamos mais do outro do que aquilo que ele pode dar no momento.
Estamos mais disponíveis para conhecer pessoas, para saber as suas histórias e as suas origens. Dizemos “olá” com mais frequência e sorrimos mais facilmente! Se repararmos bem, oferecemos mais facilmente gel de duche do que no ginásio, comida do que no trabalho e ajuda para carregar sacos do que no supermercado. Todos têm ganhos imensuráveis… por isso, porque não transpô-lo para as nossas rotinas?..
- Ver o mundo pelos olhos de uma criança
Esta frase tão cliché aqui torna-se mesmo verdade. Todos os nossos sentidos estão despertos porque, de repente, deixamos de fazer o que fazemos todos os dias quase de modo automático. É tudo novo, é tudo novidade. Queremos não apenas ver coisas diferentes mas experimentar novos sabores, sentir novos cheiros e texturas. A estimulação que ocorre é (quase) tão grande como a que acontece com as crianças durante os primeiros anos.
- Ganhas auto-estima e confiança
Vês-te diariamente confrontada com decisões que precisam de ser tomadas no momento: marcar um voo ou comprar um bilhete de autocarro, conjugar a hora da sua chegada com a da viagem seguinte, escolher o próximo destino. Orientares-te numa cidade totalmente nova, numa língua diferente e sem qualquer ponto de referência. Conduzir quilómetros ou percorrê-los a pé por vales e montanhas, na companhia senão de ti própria e da natureza envolvente. Procurar um local para dormir quer nessa noite quer para daí a 2 semanas, porque o planeamento é fundamental em algumas situações. E, ao fim do dia, deitares-te sabendo que conseguiste tudo isto sozinha. E bem.
- Aprendes a desapegar do que já não faz falta
Sobretudo nas viagens longas, um dos aspectos fundamentais é decidir o que levar na mochila. Temos de levar aquilo que é mais importante, o que nos fará indubitavelmente falta, o que nos trará conforto faça frio ou calor. E mesmo assim, à medida que as coisas se desgastam ou novas são necessárias, saber renovar o seu conteúdo.
À semelhança dos bens materiais, a bagagem emocional pode ser tão ou mais pesada que uma mochila às costas. E se no início esta pode pesar 20 ou 200Kg, no decorrer da viagem (que também é interior) tornar-se-á mais leve à medida que começas a valorizar o que realmente interessa.
- Crescimento cultural
As oportunidades de crescimento cultural são inegáveis e surgem todos os dias. Seja por intermédio de actividades de voluntariado, por trabalho em troca de alojamento ou em pequenos part-times ou até às simples conversas com pessoas de outros países, a troca de modos de vida é uma constante e faz-nos também aceitar o próximo com mais naturalidade independentemente do seu percurso, raça, opções políticas, religiosas ou sexuais.
- Amigos por todo o mundo
Tal como tu, milhares de pessoas estão a fazer a sua própria viagem na mesma altura, e invariavelmente vais cruzar-te com muitas delas durante o caminho. Passear com um grupo com franceses, americanos ou japoneses passará a ser habitual, e em poucos dias já todos conhecemos as histórias e principais traços de personalidade de cada um. Prepara-te para, em menos de 5 minutos, estares a responder em 3 ou 4 línguas diferentes!
À medida que prossegues para o destino seguinte haverá sempre gente que quererá partir contigo, pelo que estarás sempre acompanhada por alguns companheiros de viagem por semanas a meses. E estes inicialmente “desconhecidos” marcar-te-ão para sempre.
- Resiliência vs tomar as nossas próprias decisões
Viajando sozinhas temos toda a liberdade de decidir os nossos próprios horários, seguir ao nosso ritmo, parar quando necessário, ir para a direita somente porque não nos apetece ir para a esquerda.
Inversamente, quando viajamos em grupo (ou conhecemos algumas pessoas que tencionam fazer o mesmo percurso que nós, mesmo que por dois ou três dias) acabamos condicionados pela sua vontade. Tal significa uma gestão que embora traga óptimos momentos de partilha acaba por ser mais difícil: há que conciliar tudo. E, muitas vezes, isso pode não correr bem. Aqui, temos duas opções: ou seguimos o nosso próprio caminho, ou aceitamos a vontade conjunta e todas as consequências (boas ou más) que daí advêm.
Em ambas as situações, tornamo-nos mais resilientes com a aceitação das dificuldades que podem surgir e tentamos minimizar quaisquer “danos” advindos destas decisões, para que essas não transformem um momento menos bom num dia mau.
- Skills para o futuro
Por fim, regressarás uma pessoa mais feliz, prática e organizada. Serás (mais) fluente em outras línguas e com um espírito criativo renovado, que te permitirá pensar “out of the box” e desenvolver projectos inovadores ou parcerias com outras pessoas que partilhem dos teus ideais. Terás estabelecido contactos com pessoas oriundas de vários países e conseguirás adaptar essas realidades para a tua comunidade, Estarás mais tolerante e paciente, mas simultaneamente serás mais selectiva nas escolhas e productiva na acção, porque nada é mais importante do que o tempo que temos. E que empregador não quer alguém assim?..
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Bem-vindas ao (meu) nosso mundo!