
Dizem-me os dicionários que “carta branca” significa “permissão” ou “plenos poderes”. Engraçado o quanto mudou o significado desta expressão, nos últimos tempos. Graças à pandemia que vivemos, sentimo-nos mais presos, com menos liberdade, mas, ao mesmo tempo, conseguimos perceber o valor de tudo aquilo que sempre tomámos como garantido.
Antes de explicar o que me traz aqui, creio que vale a pena apresentar-me. Sou jornalista (surpresa!) e uma pessoa extremamente ansiosa – embora nunca tenha recebido um diagnóstico, tenho quase a certeza que não é normal procurar incessantemente algo com que me preocupar, assim que a minha mente tem um segundo de descanso.
E o que é que isto importa? Ora, aliando este meu “defeito” ao facto de sempre ter sido uma pessoa de múltiplos interesses, decidi usar a quarentena para manter o cérebro ativo e experimentar coisas novas. Todas as semanas, irei desafiar-me com experiências relacionadas com moda, exercício físico, cinema, literatura, culinária – o que quiserem.

O objetivo é ter um propósito que me mantenha ocupada e que me permita aprender e partilhar conhecimentos – afinal, ninguém quer começar a falar com as paredes. Enquanto seres humanos, precisamos de uma certa dose de mudança nas nossas vidas, e torna-se difícil manter padrões elevados de criatividade quando as limitações são tantas. Porém, se nos juntarmos, nada é impossível.
Em 2015, a psicóloga Gail Matthews liderou um estudo que descobriu que quem define objetivos e os escreve tem mais sucesso do que quem apenas os visualiza mentalmente. E é isso mesmo que pretendo. Não só vou escrever os meus objetivos, como vou partilhar convosco a experiência – o bom, o mau, o razoável – e pedir-vos que façam o mesmo.
Estamos todos fora da nossa zona de conforto e a viver algo que nunca pensámos. Por isso mesmo, convido-vos a usarem a hashtag do título deste artigo e a identificarem a ACTIVA nas redes sociais sempre que quiserem dar uma chance aos desafios que vou partilhar por aqui semanalmente – ou sempre que experimentarem algo novo e positivo.
Dentro ou fora de casa, sozinhos ou a dois metros de distância de alguém, com máscara e um desinfetante à mão (não vá o vírus tecê-las), vamos dar um novo propósito aos nossos dias. Porque, com uma pitada de bom senso, ainda temos #cartabranca para fazer aquilo que nos fizer sentir menos sozinhos – e isso ninguém nos pode tirar.