Infame: 1.Que não tem boa fama. · 2. Que pratica infâmias. · 3. Vil, abjecto , torpe.
Em pleno Largo do Intendente, fica exatamente um espaço batizado com o nome de Infame. Se há primeira vista, tudo neste restaurante parece afastado do significado pouco simpático do adjetivo que lhe dá o nome, desejámos, teimosamente, procurar por aqui infâmias que pudessem ser legitimamente atribuídas à cozinha do chef André Rebelo, que na sua carta nos propõe uma viagem pelos sabores portugueses, com uma abordagem cosmopolita e contemporânea, num jogo hábil entre as nossas referências gastronómicas e o seu espírito aberto, o mesmo que nos levou a dar a conhecer novos mundos ao mundo.
Acima de tudo, e após um ano de encerramento por causa da pandemia, o chef, que assumiu o lugar em setembro, tinha uma certeza: “Não queremos ficar presos a um conceito”. A juntar a esse pressuposto, o caráter do Infame define-se pela ligação óbvia a muitos produtores e comerciantes do bairro do Intendente, que o acolhe com toda a multiculturalidade que faz parte do seu modus vivendi, e pelo facto de ser abastecido de verduras e legumes pela horta que o chef e a equipa desenvolveram na Ericeira (na casa do “irmão mais novo”, o You and The Sea). Este projeto surgiu durante o primeiro confinamento e continua a dar frutos.
Mas onde se encontram as tais infâmias? Aqui ficam quatro e, acredite, são daquelas que nos dão vontade de lá voltar.
1.Levar-nos logo à desgraça com a lista de cocktails
A lista é longa e começa logo com o Perception (9,50€), preparado com rum, Martini Bitter, abacaxi, coco e sumo de lima, um dos sucessos da carta e percebe-se porquê: é que o rum e o Martini jogam perfeitamente com a frescura das frutas. Mas há mais: que tal o Sea Basil Smash, com Gin Tanqueray London Dry, Manjericão, água de coco e espuma cítrica (9,50€)? Para algo mais forte, temos o Infame Milk Punch, com Mezcal Siete misterios, Amaretto, especiarias,manga e água de coco (10€). E para os fãs do Mazagran, esta versão é imperdível com Vodka, Fernet Branca, café, baunilha, limão e cola (9,5€).
Já escolheu o seu cocktail? Agora a sério: não importa se foi mais do que um, que disso nós guardamos segredo. Importante agora é dar o segundo passo e conhecer as sugestões do chefe de cozinha André Rebelo.
2.Corrermos o risco de ficarmos cheios só com as entradas
A descrição de cada uma das entradas abre o apetite, mesmo para quem não come carne (como é o meu caso). Porém, os convivas presentes mostraram-se entusiasmados com os Croquetes de pato com molho de mostarda e mel (9€), uma das entradas mais procuradas. Há também o bem temperado Pica-pau de atum, batata-doce frita e ovo (9,50€), os Momos de Camarão com tom yam e Pickles (9€) ou o Ceviche de salmão, leite tigre e milho (11€), que é mesmo obrigatório. Calma, que não ficamos por aqui: o Kadaif Ovo b.t., cogumelos e espuma de queijo (9€) dá nas vistas também numa carta que parece disposta a não criar muito espaço para o que vem a seguir. Porém, sejamos corajosos porque vale a pena!
3.Não nos facilitarem (em nada) a escolha do prato principal
Não é definitivamente fácil escolher. No caso dos pratos principais, a dúvida recai entre diferentes criações do chef. Um exemplo? Escolheria o Octopusprime – polvo com puré de caldeirada mexilhão e feijoca (18€) – ou o Oh my Cod, com bacalhau pilpil e batata doce frita (17€)? Caso para dizer, venha o Diabo e escolha, porque não só os nomes jogam com a criatividade como tudo parece ser de fazer crescer água na boca. E o que dizer do Ericeira, o cremoso arroz de sapateira e camarão-tigre (19€) e do Go Tiger!, com camarão tigre e arroz negro de berbigão(40€)? E ainda só estamos no peixe e marisco, porque para os fãs de carne, a vida não fica mais fácil. É que na lista surge o Entrecôte de Porco, com cevada, cogumelos, rebentos e romã (17€) ou Steak with a plan, com Vazia black angus, batata frita, molho caseiro, chalotas e cogumelos (21€), ou ainda o Pork Secret, Secretos, arroz negro de berbigão e pickle de cebola roxa (17€)
Já nos pratos vegetarianos, também é preciso optar entre o o Pumpkin Madness, meia abóbora com arroz selvagem, mascarpone e ervas aromáticas (13€) ou o Lazy Potato, com Batata doce assada, ovo cozido a baixa temperatura, grão crocante e molho labneh (14€).
É ou não é uma infâmia fazerem-nos isto?
4. Desgraçam-nos com as sobremesas
Quem resiste a um You sexy thing, uma mousse de chocolate com praliné de amendoim e azeite (6€)? Ou para gostos mais convencionais, a uma Torta de Azeitão com espuma de requeijão e laranja (5€)? Certo é que os mais gulosos vão perder a cabeça com o Are you Nuts?, um bolo de avelã, mascarpone e café e caramelo salgado (5€).
Vai um café a seguir?
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Além do menu a la carte, o Chef, em conjunto com a sua equipa, define diariamente pratos para o almoço executivo, inspirado em ingredientes frescos e sazonais (custa 14€ e inclui couvert, prato, bebida e café). Aos Domingos, o brunch das 11h30 às 16h00, é um dos mais procurados da cidade. Além disso, para as crianças até aos 12 anos, há o MENU KIDS, que incluiu um Creme de legumes, Linguine à bolonhesa e Bola de gelado (10€)
O Infâmia tem capacidade para 80 lugares sentados no interior e 70 na esplanada – que também funciona como extensão do Bar 1908 Lisboa
Infame > Hotel 1908 > Lg. do Intendente Pina Manique, 4, Lisboa > T. 21 880 4008 > dom-qui 12h-22h30, sex-sáb 12h-23h > bar e esplanada dom-qui 12h-24h, sex-sáb 12h-2h
*A experiência retratada neste artigo aconteceu a convite da marca e o texto reflete a opinião pessoal dos autores