Ampla, a mostra de cinema que pretende tornar a programação cinematográfica acessível a todos, e que reúne filmes premiados nos festivais de cinema realizados em Portugal, está de regresso a Lisboa para a sua segunda edição. A iniciativa, que decorre entre os dias 3 e 5 de março, na Culturgest, é também pensada para o público com necessidades específicas, já que todos os filmes são exibidos com legendas descritivas, interpretação em Língua Gestual Portuguesa e audiodescrição, e assegura a acessibilidade no espaço físico. Além disso, estão contempladas sessões descontraídas, que acontecem num ambiente mais relaxado.
Ao longo dos três dias, os espetadores poderão assistir a 16 filmes entre curtas e longas-metragens de diferentes géneros e nacionalidades, desde documentários a filmes de terror, sem esquecer algumas sessões dirigidas ao público mais novo. Todos os filmes foram premiados em festivais portugueses de 2022.
“Depois da primeira edição da Ampla, que teve uma ótima adesão por parte do público, percebemos que continuava a existir um longo caminho a percorrer no que respeita à acessibilidade na cultura, sendo que o nosso propósito com o evento permanecia atual. Acreditamos, desde o primeiro dia, que todas as pessoas devem ter a mesma oportunidade de acesso ao cinema, ou a qualquer outra arte, sem que ninguém fique de fora, pois esse é um direito de todos. Nessa lógica, queremos assegurar, a quem visite esta segunda edição da mostra, uma oferta de qualidade, diversificada e atual, mas também que ofereça o melhor de cada filme, nas melhores condições”, afirmou Rita Gonzalez, fundadora e produtora executiva de cinema.
No primeiro dia da mostra, 3 de março, um dos destaques é o filme “Cesária Évora”, com início às 21h. Este é um documentário intimista que oferece um retrato da própria a partir de testemunhos únicos, tendo conquistado o Prémio do Público de Melhor Longa-Metragem no festival IndieLisboa.
No sábado, dia 4 de março, às 15h00, terá lugar uma sessão composta por um conjunto de curtas-metragens, onde se inclui, entre outras, a animação “Ice Merchants”, primeiro filme português nomeado para os Óscares, e que conta a história de um pai e de um filho que todos os dias têm de saltar de paraquedas para se deslocarem à aldeia mais próxima, onde vendem o gelo que produzem durante a noite. Já às 21h00, os mais destemidos poderão assistir a dois filmes premiados no festival MotelX: “Censor of Dreams”, uma produção de terror que venceu o prémio de Melhor Curta de Terror Europeia e “Deadstream”, um filme sobre o vlogger Shawn Ruddy que decide passar uma noite sozinho numa casa assombrada, vencedor do prémio do Público.
A mostra encerra com a longa-metragem “Mato Seco em Chamas”, filme-choque no último festival de Berlim, vencedor do IndieLisboa, conseguindo a proeza de conquistar o prémio da competição nacional e internacional. O filme conta a história das Gasolineiras de Kebradas, tal como ecoa pelas paredes da Colméia, a Prisão Feminina de Brasília, no Brasil.
Para os mais novos existem ainda três sessões (M/6), todas descontraídas, duas dirigidas às escolas e uma destinada às famílias. As primeiras acontecem no dia 3 de março e a última no domingo, dia 5 de março, às 11h30.
A isto, junta-se ainda ao cartaz da AMPLA um workshop e um debate. O workshop terá lugar na Biblioteca Palácio Galveias, dia 4 de março, pelas 10h00, com o tema “Por detrás de um filme: guião para cinema, da ideia à escrita”, e que irá abordar técnicas de escrita para cinema, sendo realizado em parceria com a Academia Gerador.
O debate a acontecer na Culturgest, no dia 24 de fevereiro, às 18h30, incide sobre a representatividade das pessoas com deficiência e Surdos no cinema, estando previstos um painel de convidados para debater sobre o tema organizado em parceria com a Acesso Cultura.
Para quem quiser marcar presença na Ampla e assistir aos diferentes filmes, o bilhete tem o custo de 4€ e pode ser adquirido na Ticketline ou na bilheteira da Culturgest. Para as crianças e jovens até aos 18 anos os ingressos têm o preço de 2€. A entrada para acompanhantes de pessoas cegas, com baixa visão ou utilizadoras de cadeiras de rodas é gratuita.