Os hábitos de poupança dos portugueses têm vindo a alterar-se. Depois de uma subida acentuada da taxa de poupança em 2020, muito devido às restrições e condicionantes provocados pela pandemia, há três anos que decresce. Apesar do rendimento líquido disponível das famílias em termos reais ter aumentado, no final de 2022 a taxa de poupança estava nos 6,5%, praticamente metade dos valores registados em 2009, revelam dados recolhidos pelo ECO, Banco de Portugal e Eurostat.
A pensar nos objetivos de poupança dos portugueses, mas também na sua segurança financeira, a instituição financeira de pagamentos Nickel reuniu estratégias que podem ajudar a ter as contas equilibradas e um orçamento familiar realista e ajustado. O objetivo não é ter em mente apenas as despesas imediatas, mas pensar na estabilidade a longo prazo.
1. Investir em educação financeira
A literacia financeira está na ordem do dia e não é por acaso, pois trata-se de um instrumento que ajuda ao combate da fraude, reduz as desigualdades entre a população, contribui para o aumento da poupança das famílias, sensibilizando ainda para as poupanças mais adequadas a cada perfil. O investimento na educação financeira é também uma aposta certa para o futuro de sociedades mais informadas.
2. Pagar-se em primeiro lugar
Esperar pelo fim do mês para poupar o que sobra é a estratégia mais comum para a maioria das pessoas. No entanto, uma das melhores práticas de finanças pessoais é inverter a metodologia e poupar antes de gastar. Ou seja, estimar o valor de poupança adequado ao orçamento e separá-lo, logo no início do mês. Este valor deve permanecer separado do resto do dinheiro, especialmente do que é usado no dia a dia, para não ser necessário recorrer ao mesmo.
3. Ter um orçamento mensal
Fazer um orçamento mensal ajuda a uma compreensão mais clara das receitas e despesas, identificando a origem e destino do dinheiro. O primeiro passo é listar as receitas mensais, englobando todas as fontes de rendimento e, em seguida, enumerar as despesas fixas e variáveis. Se o orçamento não for ajustado à realidade dos rendimentos, então existem duas soluções: reduzir os gastos ou aumentar os rendimentos.
4. Renegociar contratos e serviços
Existem vários serviços que impactam o orçamento familiar, desde as telecomunicações à energia, aos custos bancários, entre outros. É, por isso, necessário e aconselhável que seja feita uma listagem dos serviços utilizados, e das suas condições, e fazer uma comparação com outras oportunidades existentes no mercado, procurando assim garantir o melhor contrato e o que melhor corresponde às necessidades de cada cliente e família.
5. Fundo de Emergência
Manter reservas financeiras para lidar com adversidades é crucial em qualquer momento do ano. Situações como a avaria de eletrodomésticos, obras inesperadas em casa ou perda de rendimentos são exemplos em que ter uma reserva financeira será extremamente útil. Isso garante que não será necessário recorrer a soluções de emergência, como o endividamento. O fundo de emergência deve ser equivalente às despesas mensais, cobrindo pelo menos um período de seis meses, idealmente um ano.
6. Poupar em custos administrativos
À medida que cresce o descontentamento dos portugueses com as comissões praticadas pelos bancos (cerca de 58,5%, segundo o estudo da Nickel com a DATA E), é possível encontrar alternativas que permitem uma poupança, como a mudança para bancos digitais onde estes valores não são praticados ou são mais acessíveis. Um estudo recente da Deco Proteste revelou que “em uma década, o custo anual de manter uma conta bancária aumentou de 89,69 euros para 131,85 euros, representando um aumento nas comissões de 47%”.