
Há milhares de livros giros para crianças, aqui apresentamos apenas 4, para abrir o apetite. O que faz um bom livro para miúdos? Ser simples mas divertido (mas há livros fantásticos tristíssimos…), ter desenhos apelativos, ter um bocadinho de originalidade, ser surpreendente, não passar sermões, e acima de tudo, dizer qualquer coisa àquela criança. Antes de comprar, comece a ler, imagine-se a lê-lo, verifique se o texto não é demasiado complicado, verifique se você própria gosta daquele livro (pense na possibilidade de o miúdo gostar daquilo e o pobre adulto ficar condenado a ler a mesma história nos próximos seis meses). Prontos para começar a ler?
Todos para a cama
Katrina Charman e Guilherme Karsten – Jacarandá
A hora de deitar pode ser problemática em algumas famílias, por isso é que o tema continua recorrente em livros para os mais pequenos (e não sabemos como é que ainda ninguém descobriu o filão dos livros para adormecer para adultos – ok, há muitos que cumprem este propósito, mas um livro especificamente pensado para nos pôr a dormir?). Bem, neste ‘Todos para a cama’ há uma cama demasiado cheia em que os animais vão sucessivamente caindo ao chão, o que dá umas boas gargalhadas antes de dormir, mesmo que, enfim, o objetivo de adormecer talvez não se consiga. Mas pelo menos vão dormir divertidos.
Chico e Beto andam de bicicleta
Chris Naylor-Ballesteros – Jacarandá
Os amigos Chico e Beto já contam com várias aventuras. Desta vez, o Chico tenta dar a volta ao medo que o Beto tem de andar de bicicleta. Como podem calcular, destruir um medo não é nada fácil, coisa que qualquer criança (qualquer ser humano) sabe. É um livro simples, divertido e inspirador, mas tente não lho oferecer quando está a tentar andar de bicicleta – não ponha o carro à frente dos bois.
Sinfonia: és mais do que uma só nota
Matt de la Peña e Corinna Luyken – Fábula
Um livro sobre vários tipos de talentos: um futebolista pode tornar-se um poeta, a miúda que passa a vida de castigo pode tornar-se alguém preocupado com os outros. É muito poético embora seja aquele tipo de livro que é mais para adultos que para crianças. Mas enfim, como qualquer pai ou mãe que costume ler aos filhos sabe, há sempre surpresas, livros que se tornam preferidos sem que os pais o tivessem previsto. Pode ser o caso.
Só porque
Matthew McConaughey e Renée Kurilla – Lua de Papel
Sim, é ele mesmo, o oscarizado e famosíssimo ator, que, para quem não sabe, tem três filhas e é especialista em contar histórias e construir casas em árvores (além de também ter criado a fundação Just Keep Livin, dedicada aos estudantes do ensino secundárrio.
Aqui se juntam os desenhos engraçados da ilustradora americana Renée Kurilla numa premissa muito simples: só porque uma coisa, não significa que outra coisa qualquer. Exemplo: só porque fizeste um disparate, não significa que não o possas resolver. Só porque me fazes sombra, nâo significa que o sol páre de brilhar. Só porque estu a mentir, não significa que seja um aldrabão. E por aí fora, já perceberam a ideia. Isto mostra aos miúdos que tudo tem dois lados, que nada está perdido, e sempre é um bom desvio às litanias sobre sermos todos amiguinhos uns dos outros, sobre estrelas caídas e os lirismos do costume.
