Quem é fã de Jo Nesbo e acha que vai encontrar em ‘O sol da meia noite’ mais uma aventura do famoso Harry Hole cedo percebe que, pronto, não vai. E não só não vai como não há aqui nenhum detetive nem polícia ‘substituto’. Este é um policial onde tudo se passa entre os criminosos. Mas já se tornou um dos preferidos por quem acha a saga de Hole demasiado intensa. Aqui há tudo, num livro que se lê facilmente: romance, aventura, humor, ternura, suspense.
História: um homem perseguido pelo Senhor da droga – uma entidade conhecida pela alcunha ‘O Pescador’ – procura refúgio num canto longínquo da Noruega, perdido de tudo, junto do povo da Lapónia. Aí planeia traçar uma estratégia para fugir às garras do seu perseguidor.
Encontra uma recém-viúva, Lea, com um filho quase adolescente, e começa a formar-se uma amizade. Mas como há-de uma filha de um sacerdote entrar numa relação com um ex-passador de droga?
Claro que, como já devem estar a adivinhar, o Pescador não desiste de procurar quem lhe deve dinheiro e vem à procura de Jon até ao fim do mundo.
Um livro com descrições lindíssimas de uma parte da Noruega desconhecida até dos noruegueses, quase no Pólo Norte, onde a Noruega encontra a Rússia. É a terra das auroras boreais, dos hotéis de gelo, das renas e do sol da meia noite. Ainda ficamos a saber mais sobre a cultura dos lapões e o seu credo luterano.
Nesbo consegue portanto não só contar uma história de amor como esgalhar um enredo que inclui as teias da Máfia da droga, num livro que vai agradar não apenas a quem gosta de policiais mas a quem é um romântico empedernido.
O sol da meia noite, Jo Nesbo, Ed. D. Quixote, E16,60