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Sejamos honestas: o hi-lo fashion conquistou todos os sectores da sociedade e poucas pessoas (ou mesmo ícones de estilo, celebridades…) mesmo tendo acesso às peças dos maiores designers, resistem à variedade e convenhamos, às inegáveis vantagens de adquirir certos artigos nas grandes cadeias. Há várias razões para isso: duas das mais importantes são o investimento de algumas destas marcas na qualidade e pesquisa de tendências (que são acompanhadas e reproduzidas quase em tempo real) e o facto de, efectivamente, alguns produtos não compensarem um investimento/ compromisso muito grande. Há quem encare o fenómeno da fast fashion como uma forma descartável de ir renovando o guarda roupa e quem (aqui me incluo) goste de visitar as grandes cadeias com mais método. Pessoalmente, aplico as minhas regras do smart shopping a quaisquer compras que faça, significativas ou não: e uma delas, aprendida à minha custa, é que tanto nas marcas exclusivas como nas mais acessíveis há artigos que valem a pena, outros nem tanto. Isto poupa-me bastante tempo (e desapontamentos) e quando entro numa determinada loja, já sei exactamente o que procurar. Claro que cada consumidor (a) estabelecerá os seus próprios critérios, mas ficam algumas dicas:
Zara
É a rainha do Fast Fashion por excelência e no meu entender, uma das lojas que mais tem evoluído: melhorou imenso em termos de pontos, costuras e botões; trabalha frequentemente com materiais nobres, como seda ou cachemira, e aposta em modelagens muito boas – que repete sazonalmente. Isto permite que façam as mesmas roupas em materiais diferentes de uma temporada para a outra, e que se veja o mesmo vestido em versão para o dia ou para a noite, por exemplo…o que significa que, por vezes, nem é preciso experimentar; basta ir buscar o nosso tamanho habitual e já sabemos como vai cair. Óptimo para mim, que abomino perder tempo nos provadores.
Recomendo: sheath dresses; malhas naturais; trench coats e gabardinas – a modelagem é sempre impecável, mas prefira as 3/4; saias lápis; roupa para sair; calçado de cabedal – dura anos. Se conseguir deitar a mão às calças cigarrette de fazenda com cós masculino forrado, compre vários pares: raramente as têm, mas são perfeitas.
Menos bom: certas calças de tecido, que não as citadas acima- se o material for brilhante ou molengão, é para esquecer; os sobretudos – são bonitos e bem feitos, mas apanham borboto facilmente.
H&M
Para além das edições especiais, que quase sempre têm “items de coleccionador” bastante tentadores, a vantagem da H&M está na execução de algumas peças: segundo fonte da marca, as roupas são mandadas fazer em fábricas diferentes, logo há artigos muito bem elaborados, outros nem tanto. Sabendo escolher, a roupa dura anos porque os pontos não cedem, não se perdem botões e no geral, a peça conserva-se tão bem como outras mais caras.
Recomendo: As t-shirts e tops de vários tipos: o algodão é excelente e são do comprimento e modelo ideal, nem curtas demais, nem fechadas no decote e com mangas confortáveis. Ainda por cima, vêm em conjuntos (branco, preto, azul…) o que dá imenso jeito; saias e vestidos de brocado: têm quase sempre uma selecção de tecidos lindíssima. Skinny jeans – são resistentes, subidos o suficiente para assentar bem e têm tamanhos por polegadas. Também me agrada o facto de fazerem roupa bonita em números pequeninos, que assenta como deve nos ombros e nas costas.
Menos bom: Apesar de ter vestidos bonitos, talvez por ser uma marca sueca (terra de mulheres mais altas e de figura atlética, com pouca cintura e anca) a H&M investe, por vezes, num corte estranho – a cintura pode ficar demasiado subida e nem sempre acertam no comprimento ideal para a bainha. Já me aconteceu gostar de alguns vestidos, mas ter de mandar alterá-los. Também é preciso atenção aos materiais – embora a maioria tenha bom aspecto, a marca aposta bastante em tecidos sintéticos.
Bershka Ao contrário da sua irmã mais velha, a Zara, esta marca tem vindo, na minha opinião, a perder algumas qualidades – e o que digo não tem a ver apenas com o target a que se destina. Ainda tenho algumas peças compradas lá dos meus tempos de caloira, e mantêm-se óptimas. Recordo-me que quando comecei a reparar na marca havia um grande investimento em roupas com detalhes fofinhos, lindos casacos de couro verdadeiro, tecidos bordados e calçado equivalente ao da Zara, mas com um estilo mais divertido. Não é o que tenho visto e actualmente, é raro achar graça às suas colecções.
Recomendo: Apesar de tudo, a Bershka continua a fazer bem algumas peças. É o caso das malhas (muitas ainda são à base de algodão e cachemira) das t-shirts estampadas (o algodão é sólido e tem sempre modelos amorosos) e dos jeans com modelos à moda, como o saruel – ou, de resto, quaisquer jeans ou sarjas de cintura descaída. Duram muito, são confortáveis e bonitinhos e servem o propósito quando um estilo de calças é demasiado arrojado ou estranho para investir muito dinheiro nele.
Menos bom: Skinny jeans – fazem-nas demasiado descidas na cintura, e de uma ganga demasiado áspera, para que funcionem (não percebo porque não adoptam para as calças justas o mesmo denimdas outras…) ; acessórios, casacos ou calçado sintético. A relação qualidade-preço e o conforto dos seus sapatos também deixa a desejar, principalmente comparada com a de algumas marcas irmãs ou rivais.
Autoria: Imperatriz Sissi