Um look depurado, com ênfase em pequenos pormenores, é uma aposta mais segura do que um visual demasiado exuberante, que não cai bem a toda a gente e corre maiores riscos de se revelar desconfortável. Mesmo quando se trata de uma Semana de Moda, eventos que nos últimos anos se têm tornado, em determinados círculos, competições de extravagância. De certo modo, entre tantas toilettes Lady Gagaescas, uma apresentação understated, sóbria – e em última análise, normal, “usável”, corre sérios riscos de chamar a si todas as atenções.
Clèmence Poesy: o blazer oversized, que regressou às ruas depois de uma longa ausência (os melhores são os originais dos anos 80/inícios de 90) é uma peça que fala por si; é possível construir todo um visual à volta dele. Convém mesmo que assim seja, porque tendo tanto impacto, o menor excesso pode revelar-se desastroso. Aqui, o tweed com aplicações e os botões retro tornam-no ainda mais interessante. Bastou uma carteira com um padrão diferente, mas de cores semelhantes (vide Olivia Palermo) o bâton perfeito e uma pele luminosa. Effortlessly chic.
Diane Kruger: mais uma vez, aposta nas botas overknee sob um vestido amoroso, criando uma ilusão de alongamento infinito da figura. A copiar quanto antes ( nota: acho que o efeito seria mais equilibrado ainda sem a clutch a tiracolo…).
Inès de la Fressange: Carteira clássica de verniz, relógio-jóia e um pullover preto da melhor qualidade. É preciso ter o bom ar, o percurso e o porte principesco de Inès de la Fressange para brilhar num evento com um look tão simples, quase modesto (quem pode, pode…) . Porém, a comum das mortais conseguirá usá-lo com graça se lhe acrescentar um scarpin ou um stiletto realmente elegante. (Nota: para o dia a dia, porém, este é um look altamente recomendável e seguro!).
Olympia Scarry: o preto é “a cor da renúncia, da ascese e da nobreza”, como diz um senhor que muito estimo e que de vez em quando me faz a estrondosa honra de passar por aqui, Antonius Moonen (a minha alegria quando soube disto foi tal que quase mandava o computador pelos ares…ok, acabou-se o momento gabarolice, é uma vez sem exemplo e só porque é super importante para mim) . Mas há que saber usá-lo, não basta ser preto! Correcção absoluta na modelagem, tecidos de qualidade, óptima pele e um cabelo fabuloso + carteira contrastante…e pronto. Perfeita em 10 minutos.
Miroslava Duma: quando de algum modo se representa o seu país num evento internacional e a originalidade é um requisito, porque não puxar pelos galões? É sempre bonito incorporar elementos tradicionais ligados à nossa pátria. Se ainda por cima as tendências o pedem, é um casamento perfeito. Sobretudo militar a lembrar os cossacos, chapéu russo, camisa vitoriana…não se consegue melhor.
Autoria: Imperatriz Sissi