“Um costureiro deve ser um arquiteto no design, um escultor na forma, um pintor na cor, um músico na harmonia e um filósofo na medida”. Com esta frase, o mestre da alta costura, Cristóbal Balenciaga, definia a profissão em que reinou como um mito por muitos anos. A tradição Balenciaga continua a ser mantida por Alexander Wang na coleção apresentada na Semana de Moda de Paris. O designer aceitou o desafio de continuar o legado deixado por Nicolas Ghesquiére.
Uma nova ordem foi ditada por Alexander Wang em linhas futuristas que, em simultâneo, refletem a elegância característica de Balenciaga num equilíbrio perfeito. As origens foram mantidas tanto nas bainhas curvas, como nos ombros inclinados.
O desfile foi uma ode à elegância, conduzida pelo designer americano num fluir delicado de linhas contemporâneas. O branco e o preto foram escolhidos num exercício de contenção cromática imprescindível para centrar-se num silhueta que se revelou definida e coerente.
A elegância e pureza estética foram elevadas ao expoente máximo, numa coleção que faz sonhar nos dias de inverno. Em branco surgiram criações que revisitam o romantismo dos brocados impressos na delicadeza da seda. A arte revelou-se em vestidos pintados de abstração. Os casacos de pelo oversize conjugam o glamour e sofisticação em modelos poderosos. Os decotes profundos surgem nas costas e são complementados com pequenos detalhes, num passo que traduz elegância e sedução.
Os laços surgem para acrescentar delicadeza, tanto nas blusas como em cintos que, em simultâneo, proporcionam uma silhueta definida. O incontornável vestido preto é reinterpretado em várias versões em que a elegância impera.