As novas criações artísticas continuaram a fluir em mais uma edição do Portugal Fashion, que, com o tema Vibe, fez vibrar as novas tendências para a estação fria. A renovação geracional e a entrada de portugueses no mercado externo também tiveram lugar no segundo maior evento de moda. Criado em 2010, o espaço Bloom continua a afirmar-se como a principal plataforma para apresentações de jovens designers portugueses.
“A nova geração de criadores está a despontar no Espaço Bloom”, afirma Manuel Lópes Teixeira, presidente executivo da ANJE, entidade responsável pela organização do Portugal Fashion. O projeto que apoia talentos emergentes fez desfilar 12 jovens designers que apresentaram os respetivos trabalhos numa passarela alternativa do evento, que os aproximou das indústrias do vestuário e que permitiu uma exposição a um público, também ele jovem.
“A qualidade evidenciada pelos jovens designers que têm sido apoiados pelo Portugal Fashion é uma garantia de que a moda portuguesa tem futuro e de que a criatividade tende a reforçar a competitividade do setor do vestuário e calçado nacional”, revelou Manuel Teixeira, coordenador do projeto por onde já passaram jovens designers como é o caso de Estelita Mendonça, Daniela Barros, Hugo Costa ou Susana Bettencourt, que participou no showroom Zip Zone, durante a Semana de Moda de Paris em 2012 .
Durante os quatro dias do evento foram lançadas novas promessas como é caso de Carla Pontes. Após ter apresentado a sua coleção no Matadero – Centro de Creación Contemporánea, em Madrid, com o apoio do Portugal Fashion, foi a vez das suas propostas desfilarem na invicta. Mas o caminho da jovem designer nem sempre esteve claro: estudou Design e Equipamento e só depois de experimentar uma disciplina de moda quando fazia Erasmus em Milão descobriu a verdadeira vocação.
De Itália para o curso de Design de moda no Citex, o sucesso estava a um passo. Carla Pontes foi uma das vencedoras do Programa Aliança e fez desfilar a coleção “Bloco”, pelo espaço Bloom. A paleta de cores variou entre os tons de azul de sodalita, basalto e pontualmente inclusões de amarelo sem brilho. Inspirada nas pedras surgiram formas retilíneas que foram transportadas para as peças, em coordenados compostos por camadas que mantêm uma aparência leve e delicada. Experimentar diferentes materiais e formas são as prioridades da criadora nesta fase. Apesar do curto percurso, Carla Pontes distingue-se por criar uma relação muito próxima entre o desenho e a modelação. “As minhas peças são pensadas de uma forma muito tridimensional, só pelos desenhos não consigo chegar ao volume que pretendo”, afirmou à ACTIVA.