O penúltimo dia do Portugal Fashion foi encerrado com “Odissey” de
Fátima Lopes. A estilista apresentou uma coleção que desafia o tempo e onde
reinterpreta a silhueta da mulher antiga para a ressuscitar no futuro.
O verão da estilista chegou pintado de branco. Fátima
Lopes usou as suas diferentes nuances e misturou tecidos como as sedas, malhas
finas e rendas. O branco surgiu, assim, como ligação entre o passado e o futuro,
numa busca para trazer de volta “a pureza divina” da mulher milenar,
que foi o ponto de partida para esta coleção.
Pela passerelle desfilaram propostas com silhuetas muito femininas e que exaltam o estilo gráfico da criadora, em fatos e vestidos fluidos que revelam as formas da mulher de forma elegante e sofisticada.
Mas não foram só as propostas em branco que chamaram a atenção do público que assistiu ao encerramento deste dia de desfiles. Fátima Lopes criou uns sapatos originais que, na verdade, não chegam a ser sapatos mas antes apoios que elevavam o calcanhar (ver galeria). Foram um desafio para as modelos que desfilaram na Alfândega do Porto. Antes do início do desfile, eram muitas as que treinavam os passos pelos corredores. Aquelas que ainda não estavam calçadas necessitavam de mais do que duas pessoas para colocar esta criação que fazia com que só fosse possível andar de bicos de pés. A criadora assistia a todo o processo com atenção e chamava a atenção para que ninguém se sentasse, de modo a não enrugar os delicados linhos. Fátima Lopes repetiu, assim, a proeza da semana da Semana de Moda de Paris, onde também fez deslizar as modelos em bicos de pés. No final, também ela se juntou em contraste absoluto, vestida de preto e, claro, calçou a sua própria criação.