Embora regra geral eu prefira saltos razoáveis ou mesmo chunky com compensação para o dia-a-dia, por serem menos instáveis e convencionalmente elegantes, as cunhas completas têm as suas vantagens. Afinal, já eram usadas no Renascimento (em Veneza eram o ai-Jesus das primeiras elegantes, tanto cortesãs como meninas bem nascidas) e no Oriente há séculos. Por algum motivo seria!
(Re)introduzidas por Salvatore Ferragamo nos anos 1930 e popularizadas por estrelas como Carmen Miranda, estiveram muito em voga durante a II Guerra Mundial – afinal, a ordem era substituir os homens no mundo do trabalho, andar feminina mas prática e poupar nas idas supérfluas ao sapateiro, que já bastavam as necessárias para fazer durar o calçado em época de racionamento…
Se precisarmos de caminhar por bastante tempo (num piso regular, atenção) são uma opção sensata, além de representarem menos encargos com reparação de capas.
As que têm uma inclinação ligeira distribuem o peso do corpo uniformemente e para quem não está acostumada a andar de saltos, dão muita altura sem grande ciência.
Por outro lado, são consideradas um calçado mais informal: embora haja modelos para todos os gostos e ocasiões, escolher uma plataforma para traje social exige olho apurado.
Em eventos especiais convém optar por um design delicado, bastante cavado no pé (as tiras que cobrem muito adequam-se mais a calças afuniladas) com aplicações e sobretudo menos compensado à frente e/ou com uma inclinação acentuada, que pareça um “salto fingido”.
Para usar com saias ou vestidos clássicos no dia a dia ou em festas mais descontraídas, podemos inspirar-nos em Dolce &Gabbana, rainha das plataformas por excelência: inclinação q.b. e compensação razoável.