Asiáticas, africanas, brasileiras, francesas, uma pluralidade de culturas junta-se na entrada do Conservatório Nacional de Artes e Ofícios em Paris. O motivo: o desfile de Luís Buchinho com as propostas para o verão de 2016. Nos bancos, o descritivo da colecção em forma de disco antecipava um desfile inspirado no inicio dos anos 80. O cenário foi escolhido a rigor, o chão exótico e os bancos embrulhados em plástico a fazer lembrar o vinil. Até o próprio desfile foi pensado a pensar nos anos 80, Luís Buchinho criou uma coreografia cruzada com as modelos, tal como era feito nesta época.
Em ano de comemoração dos 25 anos de carreira, Luís Buchinho revisita o tema que o despertou para a moda. “ Na colecção anterior de inverno falei sobre os livros de banda desenhada, que me fizeram querer desenhar. Esta colecção reflecte aquilo que me fez querer fazer moda, os videoclips pop anos 80 que inspiraram para toda a parte gráfica deste desfile”, conta-nos o próprio.
A colecção intitulada Club era um reflexo de diferentes personagens, unidas pelo mesmo espírito. “Há três grandes momentos dentro desta colecção, a femme fatale inspirada no videoclip dos Duran Duran, o lado mais masculino das boysbands e o lado mais excêntrico”, descreve Luís Buchinho.
Durante o desfile cada uma destas personagens torna-se bem visível, os looks com chapéus tal como vemos no vídeo dos Duran Duran, os sapatos rasos para criar looks mais masculinos, as silhuetas desconstruídas, os vestidos mais femininos mas cheios de cor ou a excentricidade de calças repletas de aberturas. Uma diversidade de estilos que se encontram de forma harmoniosa e que criam a uma imagem Luís Buchinho que pretende ser universal e adaptável a todas as ideologias, tal como a plateia que assistia ao seu desfile em Paris.