Foi na noite da última sexta-feira, 17 de janeiro, que Jean Paul Gaultier anunciou de forma criativa o seu último desfile. No Instagram, o estilista de 67 anos publicou um vídeo no qual convida as pessoas para um desfile em comemoração aos seus 50 anos de carreira, que vai ser realizado a 22 de janeiro em Paris. É nesta publicação que Jean Paul Gaultier anuncia também que este será o seu último desfile – porém, o estilista deixa claro que não se vai retirar completamente do mundo da moda e há novos projetos para breve.
Jean Paul Gaultier apresentou a sua primeira coleção em 1976 e desde então é considerado um dos estilistas mais ousados da alta-costura. É, por exemplo, o criador do icónico sutiã em cone eternizado por Madonna na digressão “Blod Ambition”, de 1990. O modelo é inspirado num corpete da avó do estilista. Jean Paul Gaultier passou a ser um dos estilistas responsáveis pelos visuais polémicos de Madonna, e uma referência quando o assunto é lingeries ousadas.
O estilista também é conhecido por criar peças que podem ser usadas tanto por homens como por mulheres. E se atualmente a moda “não-binária” é uma tendência em redes de fast fashion, Jean Paul Gaultier pode ser considerado um dos nomes que defendeu a ideia. Em 1985 o estilista ousou ao criar a coleção “E Deus cria os homens” com saias masculinas. A peça era na verdade um par de calças com pernas muito largas e uma aba dobrável na parte da frente. Desde então é comum que os desfiles de Jean Paul Gaultier tragam modelos homens a usar saias nas passarelles.
Outra peça que remete diretamente a Jean Paul Gaultier é a camisa de marinheiro. A peça foi a estrela da primeira coleção prêt-a-porter do estilista, lançada em 1983, e é inspirada nas roupas que o próprio usava na infância. Vê-se a referência à camisa de marinheiro em vestidos de alta-costura e nas embalagens dos perfumes da marca.