Se nos nossos dias o chapéu já não é um acessório quase obrigatório no guarda-roupa de uma mulher, tempos houve em que era absolutamente imprescindível em quase todas as ocasiões, fossem elas do dia a dia ou de cerimónia. No entanto, quando falamos de princesas e rainhas o cenário é completamente diferente. E no caso de Isabel II era enorme e bem conhecida a sua paixão por chapéus. Pode mesmo dizer-se que o chapéu foi a segunda coroa de Isabel II em 70 anos de reinado.
De tal forma que, nas famosas corridas de cavalos de Ascot, frequentadas pela família real e pela elite britânica e europeia, inventou-se um jogo cujo objetivo era adivinhar a cor do chapéu que a rainha usaria durante os cinco dias das corridas de Ascot, que todos os anos se realizam na pequena cidade britânica de Ascot. Aliás, durante este evento os chapéus são, sem dúvida, os protagonistas do visual das senhoras, que não poupam a esforços para deslumbrar e surpreender.
E Isabel II era também a rainha dos chapéus. Desde que subiu ao trono, em 1952, com apenas 25 anos, a rainha fez do chapéu uma imagem de marca, símbolo de elegância, mas também uma forma única de se diferenciar e ser vista e reconhecida por todos.
Cinco mil! É o número estimado de chapéus que Isabel II usou desde o dia da sua coroação. Tinha-os em todas as cores, das mais discretas, às mais fortes, sempre a combinarem com os seus tailleurs coloridos – outros dos símbolos do seu guarda-roupa -, com flores, plumas ou véu. É importante recordar que o uso destas cores fortes não era apenas um gosto pessoal, mas também uma condição do protocolo sobre o guarda-roupa da rainha. Desta forma, os responsáveis pela sua segurança pessoal conseguiam garantir que a rainha era facilmente identificável e não lhes escapava à vigilância apertada entre os banhos de multidão que a aguardavam sempre em qualquer evento público ou visita de Estado.
Observar a coleção de chapéus é também uma viagem pela evolução da moda no que diz respeito à indústria deste acessório tão especial. E no caso de Isabel II há algumas regras a ter em conta: os chapéus não podiam tapar-lhe o rosto, não deviam interferir no movimento de entrar e sair nas viaturas, e também não deviam ocultar por completo os seus caracóis, que, como é óbvio, se foram transformando ao longo das últimas décadas.
A rainha támbém tinha os seus chapeleiros de eleição e, entre eles, referências como o dinamarquês Aage Thaarup, a francesa Simone Mirman, e o neo-zelandês Philip Somerville, que trabalhou durante 25 anos para a rainha.
E em 70 anos de reinado, muitos são os chapéus que são também associados a momentos históricos da vida da rainha e do Reino Unido. Recorde alguns desses momentos e modelos icónico da rainha Isabel II, que morreu a 8 de setembro, aos 96 anos.