Há na mulher uma liberdade que, não sendo uma afronta, parece afrontar.
Há na mulher uma força que, não sendo bélica, parece magoar.
Há na mulher a opinião que, não ofendendo, parece ofender.
Há na mulher a vontade de voar que, não sendo impositiva, parece incomodar.
Há na mulher a beleza que, sendo dela, parece não lhe pertencer.
Há na mulher a sensualidade que, não provocando, parece provocar.
Há na mulher a sensibilidade que, não sendo defeito, parece ser.
Há na mulher a superação que, sendo mais, parece diminuir.
Há na mulher a coragem que, sendo ímpeto de mudança, parece chatear.
Há na mulher o sonho e a magia, a verdade e a ternura, o amor e o colo, a perseverança e a vontade, a luta e a sabedoria. Há na mulher a certeza que os passos são firmes, mas que o caminho é longo. Que todos os dias 8 de março simbolizem esse caminho, que se faz de luta e de sacrifício, numa sociedade que ainda carece em entender que o feminismo é um assunto de todos, e não exclusivamente das mulheres. Neste caminho não há espaço para jogos de poder, para muros erguidos entre homens e mulheres, para a diminuição do outro. Só há lugar para o entendimento e para a concretização de que a igualdade de género é uma questão de justiça e de direitos. E não, não me refiro a direitos das mulheres. Refiro-me a direitos humanos.
Os textos nesta secção refletem a opinião pessoal dos autores. Não representam a ACTIVA nem espelham o seu posicionamento editorial.