Pode ser ‘extremamente desagradável’, mas pôs um país inteiro a falar dela. Joana Marques continua implacável na crítica a muitos ‘famosos’ portugueses. Humorista, guionista e radialista, é umas das três locutoras no programa ‘As Três da Manhã’, da Rádio Renascença. O seu podcast foi o mais ouvido do ano, e chegou ao palco dos Coliseus de Lisboa e Porto. Atuou na gala dos Globos de Ouro, onde foi premiada como Personalidade do Ano Digital.
Devido a impedimentos profissionais, não pode estar presente em pessoa na atribuição do Prémio, que foi recebido em seu nome pelo agente Miguel Isaac, mas enviou um vídeo onde afirmou: “Eu não me considero propriamente inspiradora, portanto o que me falta em inspiração tentei compensar com esta paisagem. Espero que tenha sido do vosso agrado. Muito obrigada, e para o ano se precisarem de uma lista de pessoas verdadeiramente inspiradoras, posso fornecer. ”
Mafalda Anjos, diretora da revista ‘Visão’ (para onde Joana Marques escreve uma crónica semanal) refletiu um pouco sobre o papel do humor. “O papel do humor numa democracia é fundamental: ajuda-nos a identificar as nossas falhas e incongruências, é uma espécie de ponto de fuga essencial para qualquer um de nós.”
Prosseguiu analisando o papel da mulheres no humor: “Humoristas mulheres é uma coisa relativamente recente na história da televisão, porque o humor foi durante muitos anos um espaço de homens, e a Joana conseguiu abrir aqui uma brecha. Isto acontece porque às mulhrees sempre se disse para se comportarem, para não serem palhaças, e era malvisto que uma mulher brincasse com alguém.”
Mas qual é o papel de uma mulher que além de humorista, faz um tipo de humor corrosivo? “Uma coisa é fazer um humor fofinho outra coisa é isto que a Joana faz (…), um humor implacável com as fraquezas, as tolices e as superficialidades da sociedade em que vivemos. Ela é implacável mas é implacável com imensa inteligência, com imensa audácia, com imensa verdade e isso é fundamental.”
A revista ACTIVA elege anualmente as Mulheres Inspiradoras que se destacaram nas seguintes
áreas: Artes, Ciência, Desporto, Negócios, Solidariedade e Sustentabilidade. É, ainda, atribuído o Prémio Carreira. Este foi o quinto ano em que o prémio foi entregue, e a cerimónia decorreu na Academia das Ciências de Lisboa. O júri é constituído por Conceição Zagalo, Luís Marques Mendes, Mafalda Anjos, Maria de Belém Roseira e, ainda, pela diretora da revista ACTIVA, Natalina de Almeida.
Os Prémios contam com o apoio fundamental das marcas C&A, Endesa (que apoia também a categoria Sustentabilidade) e Lierac.